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Espanhóis aprovam Constituição Européia
Da AFP
20/02/2005 | 19:40
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Setenta e seis por cento dos espanhóis aprovaram neste domingo a Constituição Européia submetida a referendo, que registrou uma taxa de participação muito baixa - um recorde de abstenção - de 42,43%, apurados 93,54% dos votos, anunciou o ministro do Interior, José Antonio Alonso. A porcentagem do "não" ficou em 17,43% e entre 5% e 10% votaram em branco.

O presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, convidou os europeus a seguir o exemplo dos espanhóis. "Hoje os espanhóis fizeram a história da Europa porque nosso voto também é uma mensagem dirigida ao resto de nossos concidadãos europeus. Nós os convidamos a seguir o caminho que iniciamos na Espanha", afirmou Zapatero, em sua primeira reação oficial ao conhecer os resultados oficiais do referendo deste domingo.

Segundo ele, os espanhóis expressaram sua vontade de participar ativamente na construção da Europa e que, com isso, a Europa toda ganhou. "Os espanhóis falaram um 'Sim' majoritário à Constituição Européia", comemorou, por sua parte, José Blanco, secretário da organização do governista Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que classificou de "muito positivo" o resultado para a Espanha e para a Europa".

Em compensação, no opositor PP (Partido Popular), seu secretário-geral, Angel Acebes, criticou a baixa participação popular, afirmando que a mesma supõe "um fracasso de quem convocou o referendo e que fez isso foi o presidente de Governo, senhor (José Luís) Rodríguez Zapatero".

Apesar de mais de 34,6 milhões de eleitores estarem habilitados a participar este domingo no referendo sobre a Constituição Européia na Espanha, o índice de participação foi considerada muito baixo numa jornada eleitoral que transcorreu na mais completa normalidade. O governo considerava satisfatória uma taxa de participação de 40%, segundo o jornal El País, ligado ao executivo, enquanto que, para o opositor Partido Popular (PP, direita), o índice aceitável seria a partir de 50%.

Mais de 100.000 membros das forças de segurança vigiaram o desenvolvimento da votação em mais de 23.600 colégios eleitorais. Os reis da Espanha, Don Juan Carlos e Dona Sofia, madrugaram para votar na escola pública Monte del Pardo, nordeste de Madri, perto do Palácio de Zarzuela. Horas antes, no mesmo colégio, votaram os príncipes de Astúrias, Felipe de Borbón e Letizia Ortiz. A infanta Cristina e seu marido Iñaki Urdangarín votaram em Barcelona.

Ao contrário dos britânicos e franceses, que também se pronunciarão por referendo sobre o tratado constitucional europeu, os espanhóis sempre se caracterizaram por um sentimento pró-europeu inquebrantável desde sua adesão à União Européia (UE) em 1986. O presidente do Governo, o socialista José Luis Rodríguez Zapatero, incentivou seus cidadãos a votar neste quarto referendo na Espanha desde o final da ditadura franquista.

"Hoje tomamos uma decisão de grande transcendência para o futuro da Europa Unida" e por "uma Europa mais forte", afirmou Zapatero.

No curso da manhã votaram os principais dirigentes políticos, como o presidente do Partido Popular (PP, direita e oposição), Mariano Rajoy, que fez campanha pelo "sim". Nacionalistas moderados bascos e catalães também apoiavam o "sim", enquanto que os separatistas da Catalunha, País Basco ou Galícia pediram o voto pelo "Não", pois a constituição, segundo eles, ignora os "povos" da Europa.

Dos 25 países da UE, 10 escolheram se pronunciar através de referendo e 15 por via parlamentar, como já o fizeram Hungria, Letônia e Eslovênia.




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