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Loja que abre domingo vende 20% a mais, mostra pesquisa
Do Diário do Grande ABC
07/11/1999 | 20:24
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O shopping center é o local preferido para compras do paulistano, que já incorporou à rotina ir às lojas aos domingos, mesmo nas manhas ensolaradas. Neste domingo, por exemplo, quem passava pela frente da loja Madeirense, no Shopping Lar Center, poderia achar que se tratava de uma liquidaçao geral. Cerca de 40 pessoas aguardavam, desde 10h30, a abertura da loja às 11h para comprar materiais de construçao, eletrodomésticos e utilidades para o lar. A cena torna-se cada vez mais comum em Sao Paulo.

A disposiçao do consumidor para comprar aos domingos já tem impacto na receita do comércio. Pesquisa do Programa de Administraçao de Varejo da Fundaçao Instituto de Administraçao da Universidade de Sao Paulo (Provar/FIA/USP) revela que as vendas cresceram cerca de 20% nas lojas que abrem aos domingos, levando-se em consideraçao a declaraçao de consumidores. Mas, ao contrário do que se supunha, até agora nao houve um acréscimo no número de postos de trabalho na capital, segundo avaliaçao do Sindicato dos Comerciários de Sao Paulo

Pesquisa do Provar, realizada nos meses de agosto e setembro deste ano, nos quatro cantos da cidade Sao Paulo, com 400 pessoas de renda alta, média e baixa mostra que a abertura do comércio aos domingos agora nao causa tanta polêmica entre os consumidores. Segundo a enquete, 50,6% dos entrevistados acham que as lojas devem funcionar no domingo, ante 36% dos consumidores que deram opiniao favorável numa pesquisa semelhante realizada em 1994. Em contrapartida, a parcela de entrevistados que se opoe à abertura do comércio nesse dia, que era 29% há cinco anos, caiu para 19%.

Outro dado que ratifica o fato de o domingo fazer parte da rotina do paulistano é que 26,9% dos entrevistados declararem que deixariam de fazer compras, caso o comércio nao abrisse nesse dia da semana, e nao estariam dispostos a transferir seus gastos para outro dia. Na pesquisa de 1994, apenas 12% dos entrevistados fizeram essa afirmaçao.

"O domingo deve ser encarado como uma nova oportunidade de negócios, nao como um dia que absorve as compras que deixaram de ser feitas em outros dias da semana", diz um dos especialistas que participou da elaboraçao da pesquisa, Marcelo Araújo Olivieri.

A falta de tempo foi apontada pelos entrevistados, tanto na pesquisa atual como na de 1994, como a principal razao para ir às compras aos domingos. Dentre os produtos que normalmente deixam de ser adquiridos durante a semana por falta de tempo, quem liderou o ranking foi vestuário. A pequisa revela que é exatamente essa linha de produto que mais vende aos domingos, respondendo por 15,7% das declaraçoes dos entrevistados e perdendo apenas para os alimentos, refrigerantes e bebidas (18 7%).

O domingo está se consolidando como um dia comum, mas a satisfaçao do consumidor de fazer compras nesse dia diminuiu. Há cinco anos, 94% dos entrevistados declararam que se sentiam satisfeitos ao comprar aos domingos. Na pesquisa encerrada em setembro, 77,8% dos consumidores ouvidos informaram que gostavam de consumir nesse dia da semana.

Na opiniao do coordenador da pesquisa, Claudio Felisoni, é bem provável que a satisfaçao do cliente tenha diminuído por causa do pequeno número de funcionários alocados pelas lojas para trabalhar nesse dia. As estatísticas do Sindicato dos Comerciários de Sao Paulo revelam que de janeiro até a primeira semana de outubro foram demitidos 32,2 mil comerciários na cidade Sao Paulo neste ano. O presidente da entidade, Rubens Romano, diz que até agora a abertura aos domingos nao criou vagas e que cerca de 3 mil a 3,8 mil postos de trabalho têm sido eliminados a cada mês no comércio.

Rua - A pesquisa do Provar indica que 42,8% dos entrevistados escolheram o shopping center como o local preferido de compras. Já as lojas de rua respondem por apenas 13 9% da preferência dos consumidores ouvidos. Apesar de os shoppings terem uma fatia expressiva, Felisoni, destaca que há uma parcela significativa de clientes a ser conquistada pelos shoppings, isso porque 42,5% dos entrevistados disseram que sao indiferentes entre fazer compras em shopping ou em lojas de rua.




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