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Discurso de Meirelles leva pessimismo ao mercado financeiro
Do Diário OnLine
10/03/2004 | 22:35
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O mercado financeiro recebeu com pessimismo o discurso feito, nesta quarta-feira, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que deu indicações de que o Copom (Comitê de Política Monetária) não deve alterar a taxa de juros da economia do país (Selic), atualmente em 16,5% ao ano, na reunião da próxima semana. Após a notícia e a divulgação da aceleração de mais um índice inflacionário, o (Índice Geral de Preços do Mercado), a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) disparou, o dólar caiu e o risco-país fechou em alta.

A bolsa paulista encerrou o pregão desta quarta-feira em queda de 4,43%, com o seu principal índice, o Ibovespa, aos 21.670 pontos. O volume financeiro somou R$ 1,139 bilhão. Os investidores trabalharam apreensivos à espera da divulgação do IGP-M, que só foi anunciado no fim da tarde, provocando uma desvalorização ainda mais acentuada do Ibovespa — que já caía com a declaração de Meirelles. O IGP-M IGP-M em 0,66% na primeira prévia do mês — ante a variação de 0,08% apurada no mesmo período de fevereiro. A queda das bolsas americanas também contribui para o resultado negativo da Bovespa.

Assim como o mercado acionário, o dólar comercial repercutiu mal as notícias desta quarta-feira. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,65%, cotado a R$ 2,90 na compra e a R$ 2,902 na venda. No discurso, Meirelles defendeu o controle da inflação e disse que a Selic só deve baixar quando os preços estiverem estáveis — o que levou euforia ao mercado cambial.

Como conseqüência das repercussões, o risco-país disparou 4,15%, para os 522 pontos-base. Quanto maior é o indicador, mais elevada é a perspectiva do mercado externo de que o Brasil poderá decretar o calote em seus compromissos. Já o C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, registrou queda de 1,45%, cotado a 97,12% de seu valor de face.

Além da divulgação do IGP-M, na terça-feira foi anunciado o IPC (Índice de Preço ao Consumidor) da Fipe, que ficou em 0,25% na primeira quadrissemana de março — contra 0,19% no fechamento de fevereiro. Seguindo a tendência de pessimismo, o IGP-DI (Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna) subiu para 1,08% em fevereiro, ante 0,80% em janeiro — maior patamar desde março do ano passado.




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