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FBI monta maior operação do século para capturar terroristas
Das Agências
18/09/2001 | 14:20
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A ofensiva lançada por milhares de investigadores americanos para desmantelar a rede terrorista que atacou Nova York e Washington há uma semana se anuncia como a maior e mais difícil operação já realizada pelo FBI (Polícia Federal), em quase um século de existência.

Desafiados por idiomas que não compreendem, por mentalidades difíceis de se decifrar, pela dispersão e pela discrição da estrutura clandestina que devem combater, os "G-men" terão que mobilizar todos os seus recursos para devolver aos americanos o sentimento de segurança. "Lançamos uma investigação de dimensão sem precedentes", contou um oficial do FBI, que pediu para não ser identificado.

Para melhorar o rendimento dos seus homens, o diretor do FBI, Robert Mueller, anunciou nesta segunda-feira que sua agência está procurando tradutores de idiomas do Oriente Médio. O secretário de Justiça americano, John Ashcroft, também deu uma idéia do trabalho que será realizado pelas forças de segurança dos Estados Unidos, ao informar que 300 US Marshalls - oficiais de polícia especializados - apoiarão os 4 mil agentes do FBI e 3 mil funcionários já mobilizados na investigação PENTTBOM (abreviatura das palavras "Pentágono", "torres gêmeas" e "bomba").

O FBI já identificou alguns elos da corrente em todo o país e segue pistas em Nova Jersey, Flórida, Oklahoma, Texas, Califórnia e Arizona. O objetivo da Polícia Federal é desmantelar agora o que surge como uma rede terrorista sofisticada, escondida nos Estados Unidos há anos e cuja existência e potencial de destruição foram ignorados pelo FBI e pela Polícia.

A mobilização está associada aos esforços empregados no exterior por outros serviços americanos para tentar localizar o homem que Washington considera o cérebro dos atentados contra o World Trade Center e o Pentágono: o milionário saudita Ossama Bin Laden, que vive no Afeganistão.

A investigação é coordenada por um estado-maior de 500 pessoas, instalado em um prédio imponente no quartel-general na Avenida Pennsylvania, em Washington, informou o oficial do FBI. Essa célula de crise funciona em uma sala de quase 4 mil mü, o Centro Estratégico de Informação e Operação (SIAOC), no subsolo do prédio Hoover.

Os agentes se revezam durante as 24 horas do dia, em um ambiente cheio de computadores e meios de comunicação sofisticados, como descreveu a fonte. O estado-maior também tem autoridade sobre outros 18 mil representantes de órgãos locais ou federais de segurança.

Apostando no patriotismo dos americanos, o FBI criou uma linha telefônica especial, que já recebeu mais de 7.700 chamadas, e um site, que se viu abarrotado por 47 mil e-mails com informações que podem ser úteis.

O FBI divulgou uma lista com 19 nomes - todos originários do Oriente Médio - apresentados como sendo dos integrantes dos quatro comandos suicidas que tomaram o controle dos aviões seqüestrados no Leste dos Estados Unidos.

O escritório do FBI em Nova York interroga cinco homens, originários de países árabes, ao mesmo tempo em que os serviços de imigração investigam outros 40 suspeitos. Os investigadores estão convencidos de que a morte dos kamikazes não eliminou a ameaça de um novo ataque. "Acreditamos que cúmplices dos piratas aéreos ligados a organizações terroristas podem estar nos Estados Unidos", disse Ashcroft.




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