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Empresário que denunciou propina na Lapa recebe ameaça
Do Diário do Grande ABC
14/05/1999 | 19:43
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Durante seu depoimento à CPI, o empresário José Rafael Barcha afirmou que, depois que denunciou a extorsao praticada pelos funcionários da Administraçao Regional da Lapa à polícia, passou a receber ameaças em sua firma. "Algumas pessoas passam de carro por lá e deixam 'recados' para os vizinhos", disse. Essas pessoas se identificaram como funcionários da AR-Lapa, segundo o empresário.

O caso de Barcha nao é o único. Durante os depoimentos sobre o esquema de propinas na Sé e em Pirituba, muitos envolvidos alegaram ter recebido ameaças de morte. Alguns, inclusive, chegaram a mudar seu depoimento dado à polícia. Segundo a reportagem apurou, pelo menos mais uma testemunha na Lapa está sofrendo ameaças por ter denunciado o esquema de extorsao.

Segundo o promotor Roberto Porto, integrante da equipe que investiga o caso, há suspeitas de quem sejam os autores das ameaças. "Vamos agora tentar identificar essas pessoas para tomar providências". O delegado Naief Saad Neto afirmou que, em caso de ameaça às vítimas, pode ser solicitada a prisao preventiva dos suspeitos.

Desaparecimento - Outro ponto levantado no depoimento de Barcha que está sendo investigado pela polícia é o "desaparecimento" de processos dos imóveis de dentro da regional. No início das investigaçoes na Lapa, durante blitz da polícia na regional, constatou-se que faltavam diversos processos nos arquivos. "Cada fiscal pode levar processos para casa. Isso aconteceu no meu caso, quando fui procurar o fiscal (Evódio Augusto Santos) e me disseram que ele estava de férias e em poder do meu processo", disse o empresário.

O mesmo "sumiço" ocorreu na Regional de Pinheiros, no início das investigaçoes da máfia da propina. A reportagem constatou que os processos ficavam em armários abertos e em uma sala que permanecia vazia em muitos momentos. O próprio administrador regional à época, Gilberto Hardagh, admitiu que "qualquer um poderia retirar processos da regional sem ser visto".

Pirituba - Antes do início dos depoimentos desta sexta, os integrantes da CPI apresentaram uma série de recortes de jornais de bairro e uma gravaçao de tevê na qual o funcionário de gabinete da vereadora Maeli Vergniano, Paulo Leite, se identifica como assessor da regional. Em depoimento prestado na Câmara, Leite negou várias vezes que tivesse trabalhado na AR-Pirituba.

O presidente da CPI, vereador José Eduardo Cardozo (PT), afirmou que essas provas desmentem a versao de Leite e que o funcionário pode ser processado na Jutiça por falso testemunho.




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