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Cresce o número de meninas nas unidades da Febem de SP
08/06/2004 | 22:27
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As duas unidades femininas da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor) de São Paulo estão superlotadas. O déficit de vagas já atinge 45% — proporcionalmente maior do que o verificado nas unidades masculinas, de 8%, embora em números absolutos, os meninos sejam maioria. Dois fenômenos explicam os dados: cada vez mais meninas envolvem-se com o crime. Isso ocorre cada vez mais cedo e as ações cometidas por elas têm se agravado, ou seja, o tempo de permanência, determinado pela Justiça, é maior.

No universo das infrações elas ainda representam uma pequena parcela, de 6% em 2003, mas que tem sido crescente ano a ano. No primeiro quadrimestre de 2004, entraram na instituição 261 meninas, 18,9% a mais do que no mesmo período de 2003 – entre os meninos, também houve aumento, mas de 11,5%. O aumento de meninas presas é crescente desde 2001. No ano passado, foram 809 – mais de duas a cada dia.

Para especialistas, a explicação está numa combinação da mudança do papel da mulher na sociedade e da pressão social para se atingir o sucesso. "A ordem social produz a delinqüência tanto nos meninos como nas meninas. Nós vivemos uma mudança no lugar ocupado pela mulher em toda a sociedade, não é? Hoje se espera que ela ocupe posições importantes, seja independente e tenha sucesso. Em muitas comunidades, o crime aparece como o único caminho para esse status social", avalia Karina Sposato, do Ilanud (Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção de Delitos). "O papel auxiliar da mulher no crime vem se alterando nos últimos anos. Hoje, ela é protagonista, como em muitos setores da sociedade”.




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