Vinte e cinco dos 53 países membros votaram contra a sessão especial dedicada "à situação humanitária e aos direitos humanos no Iraque como consequência da guerra". Dezoito votaram a favor, sete se abstiveram e três estavam ausentes.

A reunião da CDH começou três dias antes do ataque anglo-americano ao Iraque, e a idéia de organizar um debate especial foi imediatamente proposta por vários países não-alinhados. O texto, porém, só foi apresentado no início desta semana. Foi encaminhado por nove países - Síria, Líbia, Argélia, Sudão, Malásia, Rússia, Burkina Fasso, Zimbábue e a República Democrática do Congo - com o objetivo de "refletir sobre os efeitos da guerra para o povo iraquiano e sua situação humanitária". A referência aos direitos humanos foi acrescentada nesta quinta-feira pela Síria. A China votou a favor desta proposta, assim como a Arábia Saudita.

A ONG Human Rights Watch (HRW) se declarou "muito decepcionada" com o fato da CDH evitar o debate. A Anistia Internacional também criticou a ausência de um debate especial, considerando que a comissão não deveria se limitar ao exame das violações do regime de Saddam Hussein. "O debate revelou divisões, certamente, mas também a profunda preocupação de todos com o sofrimento do povo iraquiano", comentou o Alto Comissário para os Direitos Humanos, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.