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Férias bem aproveitadas
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
13/06/2010 | 07:28
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Quem já foi para acampamento, hotel fazenda ou colônia de férias deve guardar boas recordações dos ‘tios' e ‘tias' da recreação. Se você está prestes a completar 18 anos - ou já tem -, que tal trabalhar como eles? Além do trampo ser superdivertido, é boa forma de ingressar no mercado de trabalho. Há oportunidades imperdíveis para estas férias.

Ficou empolgado com a ideia? Calma. Antes de qualquer coisa é preciso saber todos os prós e contras da rotina como monitor. "Não é tão simples. Tem gente que vem com a visão de que é apenas um bico e chega aqui dá de cara com muita responsabilidade. No começo estranha um pouco, mas depois assume isso numa boa", garante Gabriel Santoro, gerente de monitoria do NR Acampamentos.

O professor Tiago Aquino da Costa e Silva, dono da Supimpa Recreação e Eventos, diz que quem quer se transformar em profissional do lazer tem de se dedicar muito. "Para ter destaque nesse mercado, há necessidade de levar a profissão com seriedade, encarando-a com responsabilidade, além de se preparar sempre, buscando cada vez mais conhecimento."

Se curte superar dificuldades e odeia fazer as mesmas coisas todos os dias, a monitoria é a chance ideal para aliar crescimento pessoal e profissional. Mas os desafios são muitos. Na opinião de Marilia Rabello, diretora do Grupo Peraltas, um dos principais é lidar com as crianças de hoje, pois cada família as educa de uma forma. Assim, o monitor tem de se desdobrar para divertir os mais diferentes tipos de acampantes.

Apesar do trabalho não ser tão moleza, pode render boa grana. O monitor ganha de R$ 40 a R$ 100 por dia. O valor, no entanto, varia muito de acordo com a empresa e a experiência do candidato. O melhor é que não gasta nada com transporte, estadia e alimentação e ainda se diverte. "Não sei se trabalho brincando ou brinco trabalhando", afirma Juliana Avanci Cabrelon.

Exige responsabilidade e muito pique
Você pode até ter muito interesse em ser monitor, mas será que essa é sua praia? Nem todos têm o perfil para a função. Para começar é preciso ser extrovertido e gostar de lidar com pessoas. Nesse trampo, timidez não pode atrapalhar; o tempo todo é preciso propor atividades, brincar, conversar com acampantes, pais e chefes.

Ser responsável é fundamental. Os monitores servem de exemplo para crianças e adolescentes que os admiram, segundo Juliana Avanci Cabrelon, 26 anos, do Acampamento Peraltas, Qualquer mau comportamento pode influenciá-los negativamente. "Precisa ter muita paciência. Para quem quer trabalho dinâmico, que foge da rotina, essa é ótima oportunidade", afirma.

Quem não tem pique não serve para esse trabalho, em geral, quase não há momentos de descanso. Ainda precisa ser alegre e ter muita energia. Dar-se bem com os públicos infantil e teen é fundamental, afinal, o monitor passa cerca de 15 horas diárias com a turma.

"Não é trabalho para qualquer um. Tem de ser especial e saber o porquê está se candidatando. Quem procura apenas retorno financeiro não dá certo", alerta Marco Antonio Vivolo, presidente da Abae (Associação Brasileira de Acampamentos Educativos).

Experiência valoriza o currículo
Quem trabalha com monitoria garante que a experiência é única e prepara qualquer um para a vida profissional, independentemente da carreira. "Os jovens aprendem a trabalhar em grupo, respeitar as diferenças culturais e sociais. Adquirem habilidade e paciência, além de muita disciplina. Hoje, comprometimento é o que as empresas mais querem", afirma Solange Pizzo, diretora do English Camp.

Monitora e estudante de Lazer e Turismo, Amanda Locatelli Colla, 21 anos, diz que as inúmeras responsabilidades desse tipo de trabalho ensinam o profissional a passar por qualquer tipo de dificuldade. "Você aprende a ser flexível e a lidar com todas as situações e pessoas."

Essa experiência é um diferencial. "É algo que vou colocar no meu currículo", afirma Mariana Oliveira Martinez, 18, monitora do English Camp. A garota aponta outros benefícios, como a prática do idioma inglês. Mariana também está certa de que todo o conhecimento adquirido nos acampamentos a ajudará na área de marketing, que pretende seguir.

Driblando imprevistos e micos
No trabalho, a dedicação é total! A rotina começa cedo, em geral, às 7h30, e termina tarde, por volta das 22h. Haja energia para dar conta de dezenas de crianças e adolescentes com pique para se divertir.

O monitor tem de estar pronto para tudo, pois não faltam imprevistos. Juliana Avanci Cabrelon que o diga. Certa vez, passou a madrugada acordada com uma pequena acampante que não conseguia dormir. "Fique a noite toda de mãos dadas com ela."

O professor Tiago Aquino da Costa e Silva, dono da Supimpa Recreação e Eventos, pagou muitos micos quando começou a trabalhar com na área aos 17 anos. Num evento, sugeriu a adolescentes uma atividade voltada a crianças de 3 a 6 anos. Resultado: foi vaiado sem dó.

Há situações ainda mais complicadas. Nenhum acampante está livre de se machucar, por exemplo, durante uma brincadeira. Por isso, o preparo por meio de cursos e treinamentos para lidar com desafios é fundamental.

Cursos para capacitar o monitior
Cada empresa tem a própria maneira de selecionar os monitores. O melhor jeito de descobrir como esse processo acontece é ligar ou mandar e-mail para os locais. No site da Abae (www.abae.org.br) é possível encontrar o contato dos principais acampamentos.

Até dia 16, o English Camp recebe inscrições de jovens a partir de 17 anos que desejam trabalhar nas férias de julho. Os candidatos devem agendar entrevista por e-mail (englishcamp@englishcamp.com.br) ou telefone (3062-6333). Nessa fase, é avaliada a fluência em inglês. Quem passa participa, entre os dias 18 e 20, de seminário gratuito (incluindo transporte, acomodação e alimentação) com palestras e treinamento.

Entre os dias 4 e 6, o Peraltas oferece Curso de Monitoria em Acampamentos, que custa R$ 250. Os aprovados fazem estágio de cinco a oito dias. Acesse www.peraltas.com.br

O NR Acampamentos aceita adolescentes a partir de 17 anos para participar de treinamento e estágio até completar 18. Antes de se tornar monitor, recebem informações sobre liderança, comunicação, relacionamento, procedimentos e atividades. Acesse www.nr.com.br

Amam o que fazem
Amanda Locatelli Colla, 21 anos, se apaixonou pela monitoria na adolescência, quando teve contato com a profissão em uma colônia de férias. Aos 16, começou a trabalhar como recreadora voluntária em uma instituição. "Terminei o Ensino Médio com a certeza de que queria trabalhar com isso." Hoje, cursa Lazer e Turismo na USP.

Juliana Avanci Cabrelon, 26, também se interessou pela área quando era acampante. "Se pudesse, já teria me tornado monitora naquela época", diz. Logo que completou 18 anos, fez curso e começou a trabalhar com recreação. Em 2005, concluiu a faculdade de Turismo.




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