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Projeto gera impasse no PT de Sto.André
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
11/02/2001 | 19:18
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O projeto que revoga em Santo André a lei que obriga os bancos a atender os clientes entre 20 e 30 minutos está causando conflito entre os petistas. A proposta de revogação é da administração do prefeito Celso Daniel (PT), mas a bancada petista resiste à idéia por avaliar que a medida prejudicará a população.

O deputado estadual Vanderlei Siraque (PT), autor da lei aprovada em 1998, quando era vereador, não gostou da iniciativa do Executivo. “A administração deveria ter conversado comigo antes de mandar o projeto para a Câmara. Não acredito que tenha sido o prefeito quem teve tal iniciativa. Deve ter sido algum assessor”, disse Siraque.

O deputado entende ser importante para a cidade uma lei que agilize o atendimento bancário, principalmente porque evita que aposentados e pessoas carentes e que não têm conta corrente em bancos fiquem muito tempo em filas.

“O Executivo deveria usar o bom senso e retirar o projeto da Câmara. A administração deveria, no mínimo, ter me comunicado sobre o projeto por uma questão de companheirismo. Somos do mesmo partido. Essa revogação vai contra os interesses dos trabalhadores”, disse.

Siraque salientou que entrará em contato com o Sindicato dos Bancários do ABC e com a Câmara.

Ele informou ainda que o Ministério Público de Santo André já instaurou inquérito para apurar a questão do atendimento nas agências bancárias. “Se o projeto fosse inconstitucional, o Ministério Público não estaria agindo sobre o assunto”, disse. “Quando elaborei o projeto me baseei em lei que funciona muito bem em Porto Alegre (RS)”, disse.

O vereador Ricardo Alvarez (PT) lembrou que o governo nesta capital do Rio Grande do Sul também é do PT. “Eu também sou a favor da manutenção da lei. Hoje, os lucros e a rentabilidade dos bancos são fantásticos e, mesmo assim, eles ficam reduzindo pessoal e a população é obrigada a ficar muito tempo nas filas.”

Para revogar a lei, a administração de Celso argumenta que a mesma tem problemas de inconstitucionalidade. Contudo, Alvarez rebate. “Se é inconstitucional, por que o prefeito sancionou?”, indagou. “O poder público tem de forçar os bancos a investir na contratação de pessoal. Hoje, quase tudo gira em torno dos bancos”, afirmou.




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