Economia Titulo Contra crise
Empresariado adia reunião com Agência

Motivo da foi a falta de alinhamento de
propostas concretas do movimento Reage ABC

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
20/08/2015 | 07:20
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Marina Brandão/DGABC


Por não terem alinhavado propostas concretas, os empresários que participam do movimento Reage ABC adiaram a reunião que fariam com representantes da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC nesta semana. O encontro foi remarcado para segunda-feira pela manhã, na sede da entidade regional.

Segundo o diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, Emanuel Teixeira, houve pouco tempo hábil, entre o dia da manifestação, que mobilizou cerca de 300 pessoas em caminhada pelo Centro do município, realizada há uma semana, e a data inicial marcada com a Agência. “Sem um alinhamento (com as entidades participantes do movimento, entre as quais o Ciesp e associações comerciais) seria prematuro”, diz.

Na quinta-feira da semana passada, o movimento empresarial entregou manifesto ao presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e Prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB), pedindo a imediata instalação de fórum regional com a participação das entidades representativas dos setores econômicos e trabalhadores, para identificar modos e ações de superação da crise.

Teixeira garante que até o encontro da semana que vem serão alinhavadas ideias para levar à discussão na Agência, considerada pelo Consórcio o fórum para essa discussão. Ele defende, por exemplo, que se construam ações para ajudar pequenas indústrias da região a diversificarem suas atividades, de modo a reduzir a dependência do segmento automotivo.

Outra questão que ele aborda é a necessidade de se concluir projeto de áreas industriais, como a do eixo da Avenida dos Estados. A Prefeitura de Santo André enviou, recentemente, proposta à Câmara Municipal para mudar a lei de ocupação de solo e tornar a área de uso misto, para comportar indústrias e outros empreendimentos.

A iniciativa da administração municipal faz parte do plano de a cidade ter um parque tecnológico, para estimular a inovação nas empresas. Para isso, o dirigente do Ciesp avalia que seria importante cobrar do governo do Estado apoio para que esse plano saia do papel.

PAPEL - O secretário executivo da Agência, Giovanni Rocco, assinala que a entidade regional já tem realizado diversas ações para ajudar as empresas da região, entre elas o programa ABC Inovação, em parceria com o Sebrae, que terá segunda fase ainda neste ano, e que é voltado a incentivar a inovação e a modernização dos processos de gestão e produção das pequenas indústrias. Outro exemplo é o fomento à diversificação de negócios – ele cita projeto de análise do potencial competitivo da região para o desenvolvimento da cadeia de defesa.

Há outras iniciativas, cita Rocco. “A gente participou também das discussões da Caixa (Econômica Federal) para as linhas de crédito de capital de giro paras as autopeças (programa que foi lançado na terça-feira)”. Um problema, no entanto, é que cerca de 60% das empresas do ramo na região têm dívidas fiscais em atraso, o que é entrave para o acesso a financiamento.

Questionado se as ações da Agência têm sido insuficientes para ajudar as indústrias da região, Teixeira cita: “Os números falam por si”, referindo-se à retração do setor industrial neste ano. Pesquisa mensal do Ciesp com suas associadas mostra que o Grande ABC eliminou, desde o início do ano até julho, 81 vagas por dia, totalizando 17 mil empregos perdidos. Só no mês passado, os cortes atingiram 5.000 trabalhadores, queda de 2,41%, maior retração do ano.

RETOMADA - Faz 12 anos que as quatro regionais do Ciesp (Santo André, que representa empresas dessa cidade e de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra; São Bernardo; São Caetano e Diadema) no Grande ABC deixaram de ser sócias da Agência, que é uma ONG (Organização Não Governamental) com participação de entidades da sociedade civil e do poder público.

Teixeira vê com simpatia a possibilidade de retorno à entidade regional, mas, para isso, ele considera que há a necessidade de apoio da sede, ou seja, da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Um dos fatores que levaram à saída da entidade das fabricantes foi o custo financeiro. O valor giraria em R$ 120 mil de anuidade para as quatro regionais voltarem como sócias. O vice-presidente do Ciesp, Fausto Cestari Filho, que tem fábrica em Mauá, diz que era importante a participação de mais entidades empresariais e sindicais. “Mas a obrigatoriedade de pagamento é um limitador”, afirma.

Para ele, esse modelo de gestão da Agência precisaria ser repensado. “O objetivo, quando foi fundada, era que a entidade recebesse recursos só nos primeiros anos e, depois, se tornasse autossustentável”, afirma.  




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