Em clima de suspense, os vereadores de Diadema votarão hoje os vetos do prefeito Lauro Michels (PV) às emendas que obrigam realização do Carnaval e a reabertura do atendimento pediátrico na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Jardim das Nações, conhecido como hospital infantil.

Cenário entre os parlamentares mostra divisão horas antes da sessão que definirá modificações impostas à LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).

Opositores e situacionistas buscam angariar adesão de indecisos. Os fiéis da balança são Luiz Paulo Salgado (PR), Ricardo Yoshio e Pastor João Gomes – ambos do PRB –, cujo posicionamento tem sido mantido em segredo.

No caso de Luiz Paulo, o voto não obedece qualquer orientação, uma vez que o parlamentar assumiu presidência do diretório municipal e está prestes a se isolar como único filiado à legenda – Talabi Fahel foi avisado que será expulso do partido nos próximos dias. O parlamentar votou contra o governo nas últimas matérias na Casa.
<EM>Já na bancada do PRB, a definição ocorrerá após reunião interna. O principal empecilho é premissa do partido de não concordar com verba para realização de festa de Carnaval. Partido deixou recentemente arco de aliados de Lauro e passou a integrar articulação com oposição.

Panorama entre legisladores mostra a oposição com nove votos e governistas com oito. Presidente da Casa e aliado do governo, José Dourado (PSDB) somente poderá votar se houver empate. Ambos os lados demonstraram confiança com a votação, embora tenham escondido estratégia.

Em julho, a bancada de oposição impôs derrota à administração do verde na Câmara ao emplacar emenda de R$ 4,3 milhões para a realização de festas populares na cidade, como o Carnaval, que foi organizado pela última vez em 2012 – ainda na gestão de Mário Reali (PT) –, além de impor retomada nas obras do hospital infantil, localizado no Jardim das Nações.

Na semana passada, Lauro disparou contra os vereadores e garantiu que vai acionar a Justiça caso o Legislativo derrube seus vetos. “Se conseguirem derrubar o veto, vou recorrer a medidas judiciais e não quero saber. Não vou acatar (caso a decisão do Legislativo seja pela manutenção das emendas)”, disse, à ocasião.

O chefe do Executivo justificou que os vetos à verba do Carnaval foram feitos por conta de problema jurídico da Uesda (União das Escolas de Samba de Diadema). Em relação ao hospital infantil, alegou que o projeto “está na programação” de serviços da administração, novamente alfinetando os parlamentares. “Tem vereador que só está lá para votar ‘sim’ ou ‘não’. Estão querendo se posicionar contra o prefeito, mas o principal é ter responsabilidade. Tem parlamentar somente preocupado com o umbigo. E eu não vou fazer da Prefeitura um balcão de negócios”, completou.