Política Titulo Pauta congelada
CPI do Imasf trava na Câmara de S.Bernardo

Solicitação de investigação na autarquia fica
sob análise da assessoria da Casa e não avança

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
20/08/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O pedido de instalação da CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo) ficou travado na Câmara de São Bernardo, durante a sessão de ontem, frustrando presença de cerca de 50 servidores que compareceram à sede do Legislativo. O prefeito Luiz Marinho (PT) orquestrou o congelamento da pauta, apostando na inércia dos líderes de bancada.

Aprovado na semana passada, o documento ingressou no Legislativo como requerimento comum e ficou sob análise pela assessoria jurídica da Casa, não avançando para discussão em plenário.

A solicitação de instalação da CPI obteve o consentimento mínimo dos vereadores na semana passada e tem o objetivo de investigar conduta administrativa da autarquia que gerencia assistência médica dos 20 mil servidores públicos e que, sob coordenação de Valdir Miraglia, enfrenta graves problemas financeiros – sofreu descredeciamento de hospitais e médicos por falta de pagamento.

Autor do pedido investigativo, o oposicionista Pery Cartola (SD) foi o único a reclamar da morosidade dos trabalhos da Casa. “O que aconteceu hoje (ontem) foi uma pedalada regimental. Toda a burocracia que esses trabalhos têm por praxe foi feita nessa sessão. Realmente a vontade do prefeito é de não dar transparência às coisas que ocorrem no Imasf”, criticou.

Sem conseguir o parecer jurídico, Pery buscou conseguir 15 assinaturas para transformar o requerimento em caráter de urgência, mas fracassou. Conquistou apenas a adesão dos dez parlamentares que rubricaram pedido de instalação anterior. Além dos oito oposicionistas, os governistas Antônio Cabrera (PSB) e José Walter Tavares (PCdoB) voltaram a endossar apuração da conduta da autarquia.

Tavares, inclusive, chegou a ensaiar recuo no endosso do pedido da oposição, após pressão de Marinho, porém desistiu depois de forte repercussão negativa junto a seu eleitorado.

“Tentei levar para urgência para conseguir dar celeridade à investigação dos trabalhos, mas os vereadores não aderiram. Cabe a mim continuar batalhando pela apuração do Imasf, uma vez que há uma insatisfação muito grande com os serviços realizados por sua diretoria”, adicionou Pery.

Líder da bancada do PT na Casa, José Cloves despistou sobre possível orientação de Marinho para retenção dos trabalhos. “Não podemos atropelar os passos do regimento da Casa. O momento aponta para análise jurídica e cabe a nós aguardar”, comentou.

O petista alfinetou pedido de instalação de CPI, ressaltando o acompanhamento feito pela comissão de Saúde da Casa. “Os vereadores dessa comissão estão acompanhando há meses o Imasf e ficaram de elaborar um relatório. Agora, como vou assinar solicitação de CPI se não houve ainda relatório desses vereadores?”, acrescentou Cloves.

De carona, G-9 pede queda da direção

Em meio ao pedido de CPI do Imasf (Instituto Municipal de Assistência à Saúde do Funcionalismo), o G-9, grupo de vereadores independentes de São Bernardo, que até então não havia se posicionado, protocolou ontem requerimento solicitando intervenção no corpo diretivo da autarquia.

O documento foi protocolado na Casa e, na sessão de quarta-feira, os nove vereadores do bloco esperam conseguir a assinatura de mais seis parlamentares para transformarem documento em caráter de urgência.

Porta-voz do grupo na sessão, Fábio Landi (PSD) discorreu que o pedido foi elaborado após estudos que comprovaram má gestão. “Estamos acompanhando nos últimos seis meses todas as reclamações em torno da direção do Imasf. E, diante de ampla insatisfação dos usuários, decidimos por essa solicitação”.

Presidente da comissão de Saúde do Legislativo, Landi ressaltou que objetivo do bloco é proporcionar melhora na qualidade dos serviços, além de conseguir trazer à tona transparência das ações feitas pela atual diretoria.

O parlamentar buscou não atrelar ação ao pedido de instalação de CPI, encabeçado por Pery Cartola. “Nossa ação visa conseguir a destituição da diretoria depois de nós conseguirmos comprovar serviço aquém do esperado. Fizemos isso, com respaldo de acompanhar a solicitação dos servidores em relação à autarquia”. 




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