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Ford Edge faz novas aposta
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
01/12/2010 | 07:24
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Andréa Iseki/DGABC




Uma nova chance é tudo o que o renovado Ford Edge 2011 pede ao consumidor brasileiro. Após chegar em dezembro de 2008 e conviver desde então com o fracasso nas vendas - a própria montadora reconhece que os números ficaram aquém do esperado -, o ‘crossover' vindo do Canadá tenta renascer no País apostando em uma fórmula de sucesso: D+D.T² (design mais desempenho multiplicados por tecnologia ao quadrado).

O modelo chega agora com duas opções de acabamento, partindo de R$ 122,1 mil na de entrada SEL e chegando a R$ 142.610 na topo de linha Limited. A diferença entre as versões está essencialmente no nível de equipamentos, já que ambas utilizam motor 3.5 V6 Duratec Ti-VCT de 289 cv (20 cv a mais que o propulsor anterior) e 34,9 mkgf de torque, transmissão automática de seis marchas e tração integral.

Com alterações pontuais, os designers da Ford conseguiram dar mais personalidade ao Edge, reforçando especialmente o quesito robustez. A nova grade frontal com três barras cromadas, o para-choque redesenhado com luzes de iluminação auxiliares (não são faróis de neblina), inédito conjunto óptico e capô redesenhado deram ao modelo ar de poucos amigos.

A lateral continua com linha de cintura elevada e a traseira ganhou novas lanternas, saída dupla de escapamento e régua cromada na tampa do porta-malas. As rodas, também cromadas, são de liga leve e de 20 polegadas (18 polegadas na configuração SEL).

Por dentro, o Edge mostra que evoluiu e merece voto de confiança. O acabamento mescla plástico de qualidade, peças emborrachadas e revestimento de couro (preto ou cinza) dos bancos - que oferecem dez ajustes elétricos (podem ser memorizados) e o volante tem regulagem de altura e profundidade. Os detalhes em plástico pintado de cinza contrastam com os detalhes em madeira de gosto duvidoso e o painel de console central em Piano Black (mais jovial, moderno e agradável).

Tecnologia - A tecnologia é um dos pontos altos do Edge 2011. Ao todo são 16 novos itens. A começar pela chave presencial ‘MyKey', que pode ser configurada para memorizar determinados ajustes - como temperatura do ar-condicionado, limite de velocidade, posição dos bancos, entre outras particularidades - preestabelecidos pelo motorista. Assim que ele entra com a chave no bolso, sensores a reconhecem e disponibilizam a configuração nela gravada.

Uma chave reserva idêntica é entregue ao proprietário e, assim como a oficial (chamada de administradora), pode ser configurada.

O painel de instrumentos - assim como o interior - é totalmente novo. No centro, o velocímetro analógico se destaca. Nas laterais, duas telas de LCD de 4.2 polegadas têm funções distintas. À esquerda estão todas as informações relacionadas ao carro - conta-giros, tanque de combustível, temperatura do óleo, do motor, entre outras -, que são configuradas por meio dos botões do lado esquerdo do volante multifuncional. Tudo é muito intuitivo.

À direita estão as informações relacionadas à conectividade ‘homem-automóvel', diferenciada por cores e que são ajustadas pelo lado direito do volante multifuncional. São elas: entretenimento (Sync 2ª geração); ar-condicionado; ligações telefônicas e bússola. Definir a estação de rádio, ajustar a temperatura ambiente ou mesmo fazer uma ligação telefônica são tarefas que podem ser cumpridas pelo sistema de comando de voz. Porém, para isso, é preciso falar inglês, francês ou espanhol. O português, infelizmente, não está disponível.

No console central uma tela de oito polegadas sensível ao toque também garante os comandos do entretenimento na ponta dos dedos. Abaixo, os comandos do som Sony (12 alto-falantes e tecnologia Dolby Pro Logic 5.1). No console central, dentro do descansa-braço, existem duas entradas USB, cartão SD e entrada para som e imagem. E para dar charme ao passeio, teto solar panorâmico (R$ 8.700 - ‘valor salgado').

Rodando - Apesar de ‘grandalhões', os ‘crossovers' instigam certo arrojo ao volante. Não são como os utilitários esportivos que arrancam levemente o prazer de uma condução mais ousada. Com motor de 3,5 litros e seis ‘canecos', o novo Ford Edge nos deixa ao menos curiosos em pisar fundo - e é o que vamos fazer logo mais, afinal, 289 cv e 34,9 mkgf de torque para um bruto de 4,68 metros e 2.075 quilos estão de bom tamanho.

Passamos o cinto de segurança, manopla no ‘D' (Drive) e acelerador grudado no tapete. A fera que parecia adormecida ganha vida. Rapidamente o ponteiro do velocímetro com iluminação ‘ice-blue' sobe. Apesar do leve ronco da arrancada, em velocidade estabilizada a 120 km/h (2.500 rpm) o silêncio na cabine é total. E a sensação de segurança também, pois os freios são ABS (nas quatro rodas) e os air bags, que nunca esperamos testar, são seis - adaptáveis ao peso do ocupante.

A transmissão automática fala o mesmo idioma que o propulsor, proporcionando comportamento dinâmico ao Edge. As trocas, na versão Limited avaliada pelo Diário, podem ser realizadas por intermédio de um botão na ponta da manopla - algo, no mínimo, estranho. As suspensões independentes na traseira e na dianteira garantem o conforto, mas permitem inclinação acentuada da carroceria em determinadas curvas. Um pouco mais de rigidez talvez fosse interessante.

Veredicto - O Edge 2011 evoluiu. Melhorou desempenho, recheio, tecnologia e segurou o preço na faixa em que estava. O espaço ideal para cinco passageiros foi mantido e o design ganhou em personalidade. Talvez este ‘crossover' da Ford realmente mereça uma segunda chance. Atenção Hyundai Vera Cruz e Toyota SW4...




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