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Coreia do Sul realiza
manobras militares
apesar de ameaças
Da AFP
20/12/2010 | 12:30
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A Coreia do Sul executou nesta segunda-feira manobras militares com munição real, apesar das ameaças da Coreia do Norte, na ilha perto da fronteira que Pyongyang bombardeou em novembro, e recebeu críticas abertas da Rússia e veladas por parte da China, temerosas de uma escalada bélica.

Mas a Coreia do Norte parece disposta a aplacar os temores provocados por suas ameaças. Segundo a agência oficial KCNA, o Exército do país comunista, que tem armamento nuclear, considerou que não valia a pena reagir às manobras.

Os exercícios militares na ilha de Yeonpyeong começaram às 5h30 GMT (3h30 de Brasília) e terminaram menos de duas horas mais tarde, de acordo com o ministério sul-coreano da Defesa.

As manobras aconteceram em um momento de tensão, iniciado com o ataque da Coreia do Norte em 23 de novembro contra esta ilha situada no Mar Amarelo, a 12 km das costas norte-coreanas, perto do limite marítimo fixado pela ONU após a Guerra da Coreia (1950-1953). Quatro pessoas, dois militares e dois civis, morreram no bombardeio.

O regime de Pyongyang, que contesta os limites por considerar que foram traçados muito ao norte, alegou que os disparos responderam a uma salva precedente disparada pela Coreia do Sul.

Durante o fim de semana, Pyongyang prometeu um "desastre" caso Seul não desistisse dos exercícios na ilha.

Os civis de Yeonpyeong (moradores, funcionários do governo e jornalistas) e de outras quatro ilhas vizinhas passaram boa parte do dia em refúgios, por ordem do Exército.

A China, único aliado importante dos norte-coreanos - e única potência que não condeno o ataque de 23 de novembro -, pediu calma nesta segunda-feira e fez uma crítica implícita a Seul, ao afirmar que "ninguém tem o direito de provocar ou pregar por um conflito".

"A China sempre disse que a paz e a estabilidade devem ser mantidas na península. É um objetivo pelo qual sempre trabalhamos incansavelmente", declarou o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Cui Tiankai.

Já a diplomacia russa considerou que as manobras representam uma ameaça para a estabilidade da península coreana.

"A península estava à beira de um conflito armado (quando as forças norte-coreanas bombardearam a ilha de Yeonpyeong em 23 de novembro), por isso todas as partes devem exibir moderação e renunciar a qualquer ação que possa gerar uma escalada", afirmou uma fonte diplomática russa.

"Acreditamos que as manobras realizadas com munição real não correspondem a este objetivo", acrescentou.

O Conselho de Segurança da ONU não conseguiu no domingo, em uma reunião de emergência em Nova York, chegar a um acordo sobre a situação na península coreana.

A China vetou os pedidos das potências ocidentais por uma condenação pública da Coreia do Norte pelo ataque de 23 de novembro.

O ex-diplomata americano e atual governador do estado do Novo México, Bill Richardson, que visita Pyongyang desde quinta-feira da semana passada, conseguiu convencer os dirigentes norte-coreanos a aceitar o retorno ao país dos inspetores da ONU responsáveis por examinar seu programa nuclear.

Segundo o jornalista do canal americano CNN Wolf Blitzer, que acompanhou Richardson na viagem, os norte-coreanos aceitaram permitir o retorno à central nuclear de Yongbyon dos inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

A Coreia do Norte retirou todo o material de vigilância de Yongbyon em abril de 2009 e pediu aos inspetores que abandonassem o país.




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