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O comércio ilegal é facilmente detectado em frente do portao principal do Morumbi, onde se concentra a maior parte das bilheterias e de torcedores ávidos por ingressos e uma "geladinha", nome usado pelos vendedores clandestinos para designar a cerveja proibida. Os ambulantes infiltram-se no meio da multidao para conseguir escapar das apreensoes da Polícia Militar.
A fiscalizaçao é mais rigorosa em dias de clássico, quando o público e o número de policiais em torno do estádio sao maiores. O que impressiona, contudo, é a facilidade encontrada pelos ambulantes para desrespeitar a lei. "A PM vive dando moleza para gente trabalhar à vontade", revelou um vendedor de 16 anos que nao quis se identificar.
"As vezes, a gente nem precisa se esconder para vender as cervejas." Na terça-feira, noite do jogo entre Sao Paulo e Matonense, a denúncia foi comprovada pela reportagem da Agência Estado, que presenciou a venda de cervejas pelo adolescente a menos de 15 metros de um grupo de policiais, ao lado da Praça Roberto Gomes Pedrosa. Enquanto os policiais conversavam, alheios ao comércio ilegal, o ambulante vendia livremente seus produtos. "Qualquer um compra bebida alcoólica de mim, adulto ou menor", disse o ambulante. Questionados sobre a irregularidade, os soldados nao souberam dar explicaçoes.
Para evitar prejuízo com a açao policial, os vendedores clandestinos costumam carregar, em caixas de isopor, uma média de cinco latas.
Quando todas sao vendidas, uma nova remessa de cerveja é conseguida nos "postos de abastecimento", carros estacionados em ruas tranqüilas perto do estádio. Lá a fiscalizaçao nao chega.
Outros ambulantes compram as latas de pessoas que as comercializam em vans a mais de 200 metros do estádio, de forma legal. Adquirem a unidade por R$ 1,00 e revendem-na por R$ 1,50. O público consumidor, conivente com o comércio, estimula uma presença, cada vez maior, de vendedores. O consumo de cerveja, fora do estádio, é permitido.
Além dos ambulantes, o comércio também é feito em barracas nas vias laterais ao Morumbi (Avenidas Giovanni Gronchi e Jules Rimet). Nesses locais, a venda é discreta. "Nao posso expor as latinhas para todo mundo ver, mas, se a pessoa quiser, tenho como conseguir", afirmou o vendedor José Antônio Lopes. Os produtos sao mantidos nos carros dos vendedores, estacionados atrás das barracas.
Sem álcool - Dentro do estádio, a lei é respeitada. Ambulantes e donos de bares nao vendem bebidas alcoólicas e fazem questao de alertar as pessoas para a proibiçao do comércio. Algumas vezes, em clássicos, é possível encontrar ambulantes vendendo, nas arquibancadas, cerveja sem álcool, o que é legal.
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