Política Titulo Editorial
Panorama desolador
Do Diário do Grande ABC
14/08/2015 | 08:31
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Aline Pietri/DGABC


Um dos maiores temores da classe trabalhadora certamente é perder o emprego. Nos primeiros sete meses deste ano, 17 mil operários de indústrias do Grande ABC passaram por esta situação, o que equivale a 81 pessoas a cada dia. Somente em julho, foram 5.000 aqueles que deixaram seus postos de trabalho em empresas localizadas em nossa região.

Os números já são suficientemente alarmantes. Mas ficam ainda mais tenebrosos quando associa-se a cada um deles uma família, com dependentes, casa para prover, contas diversas para quitar, e uma série de outras responsabilidades que precisam ser revistas quando a principal fonte de sustento da casa seca.

No reboque das demissões da indústria vem uma série de consequências nefastas à nossa região. Cai o consumo, cresce o não pagamento de dívidas e obrigações. Ou seja, o comércio e o setor de serviços são imediatamente impactados e afetados negativamente.

O panorama é desolador. O PPE (Programa de Proteção ao Emprego), lançado em julho pelo governo federal e que prevê redução da jornada e dos salários, é extremamente tímido. Além disso, deixa de atender às indústrias que mais precisam, que são aquelas que não tiveram condições de honrar tributos em razão da crise e aí ficam impossibilitadas de recorrer à medida emergencial.

A situação é tão difícil que dirigente do segmento ouvido pela reportagem deste Diário contou ser mais interessante demitir antes de chegar ao fundo do poço, pois dessa forma ainda tem como pagar os direitos daqueles excluídos do quadro de colaboradores.

Ontem, sindicalistas pediram à presidente Dilma medidas que estanquem as demissões, entre elas a redução nas taxas de juros. Em São Bernardo, espera-se a reunião do governador Alckmin com os metalúrgicos para tentar impedir a Mercedes-Benz de cortar 2.000 postos.

No futebol, quando o time está à beira do rebaixamento a primeira medida é se fechar e evitar mais derrotas. Na vida real, ações devem ser tomadas já para manter o trabalho das pessoas.  




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