O orçamento da família brasileira está cada vez mais apertado. A crise econômica afeta a população com desemprego e aumento do custo de vida, fazendo com que, muitas vezes, o consumidor acabe se complicando para pagar as contas. O cenário gera receio generalizado no mercado que concede crédito, o que pode dificultar a vida de quem precisa de empréstimo. Nesse contexto, o Cadastro Positivo, que acaba de completar dois anos, pode servir de aliado. Na prática, porém, ainda faltam informações para que seu uso se propague e os benefícios sejam sentidos.
De acordo com pesquisa da Serasa Experian, o número de inadimplentes já soma 56,4 milhões em todo o País, e o valor das dívidas em atraso fica em torno de R$ 243 bilhões. Para muitos, a opção para ficar em dia com as contas é pedir um empréstimo. E, para facilitar a aprovação de crédito por parte dos bancos e financeiras, que andam mais cautelosos, a Serasa, o SPC Brasil e o Boa Vista Serviços oferecem, desde agosto de 2013, o Cadastro Positivo, que funciona como um histórico do bom comportamento do consumidor em relação aos seus pagamentos. E não tem custo para inserir seu nome.
“Dessa forma, os credores conseguem ter uma visão por inteiro do consumidor, e fazer análise mais justa para aprovação do empréstimo”, explica a gerente do Cadastro Positivo na Serasa Experian, Fernanda Monnerat. Ou seja, com taxa de juros menor.
Com a autorização do cliente, as financeiras têm acesso a um apontamento das informações disponíveis de várias empresas sobre a pontualidade no pagamento das suas contas, como crediários, financiamentos, água, luz, telefone, TV a cabo e cartão de crédito, entre outros. “O objetivo é fazer com que os credores consigam atribuir riscos mais aderentes e promovam uma melhor negociação para cada perfil”, afirma Fernanda.
CRÍTICA - De acordo com a Associação de Consumidores Proteste, entretanto, as taxas mais baratas, que poderiam ser aplicadas a quem não teve endividamento, ainda não estão em prática. “Não se sabe se está funcionando, pois não houve um desdobramento a respeito”, declara a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.
Para a coordenadora, falta informação ao público sobre como serão acessados os dados pessoais e, devido ao baixo volume de adesão, não houve nenhum efeito aos cadastrados. “As pessoas estão inseguras sobre o compartilhamento dos dados. Como ainda não podemos avaliar os efeitos, é mais seguro esperar um pouco para fazer a adesão”, aconselha Maria Inês.
A gerente da Serasa afirma, porém, que o consumidor fica ciente de todas as informações que serão compartilhadas, mas reconhece que a população ainda desconhece o serviço e, por isso, os resultados ainda não são efetivos.
“É um processo que demanda tempo para construir um histórico de confiança atraente para os credores”, justifica Fernanda.
O senão do cadastro é que, da mesma maneira que a pontualidade conta, o deslize no pagamento também. A vantagem é que pode ser cancelado a qualquer momento.
COMO PARTICIPAR - Para fazer a inscrição é necessário ir até uma das agências da Serasa Experian, do SPC Brasil ou da Boa Vista Serviços munido de RG e CPF. A Serasa possui unidade na região no Centro de Santo André, na Rua Dona Elisa Flaquer, 70 – quarto 4º andar – salas 42, 43 e 44.
Ou então é possível aderir pelos Correios. Basta preenchendo formulário, encontrado no site www.serasaconsumidor.com.br, e fazer reconhecimento de firma.
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