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Ilha da Madeira: parada obrigatória na rota para o novo mundo
Da AJB
03/10/2001 | 20:57
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   Em 1419, os portugueses descobriram um paraíso perdido no Atlântico: a Ilha da Madeira, situada no arquipélago de mesmo nome, formado ainda pelas ilhas de Porto Santo, Desertas e Selvagens, estas duas desabitadas. A 500 km do litoral africano e a mil de Portugal era, àquela época, parada obrigatória de navios para abastecimento. Quase seis séculos depois, a hospitalidade dos habitantes e a beleza do lugar fizeram com que se tornasse um pólo turístico, atraindo investimentos em hotéis de luxo, para abrigar visitantes de todas as partes do mundo.

Junto às superstições contadas pelos moradores – como apontar as estrelas faz nascer cabelos brancos –, a ilha abriga os doces segredos da confecção do vinho madeira e de bordados que as máquinas não conseguem reproduzir, além de histórias da época da colonização lusitana. Tais encantos, somados a uma paisagem generosa, com destaque para a Floresta Laurissilva, Patrimônio Natural Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), renderam-lhe o título de Pérola do Atlântico.

Dentre os produtos oriundos da ilha, o astro é o famoso vinho madeira, rival do vinho do Porto. Para celebrar a qualidade dos produtos da terra, os ilhéus promovem, em setembro, uma festa dedicada à bebida no Estreito de Câmara de Lobos. As festividades continuam em outubro com o Encontro Regional de Bandas Filarmônicas, na Vila de Ribeira Brava. As duas atraem os apreciadores do vinho de paladar adocicado.

Funchal, a capital, que deve seu nome a uma planta aromática, o funcho, encontrada em abundância na ilha, reúne virtudes de uma cidade portuária pitoresca. Abriga cerca de 70% da população local e o setor de serviços representa a principal atividade econômica, com destaque para lojas de grife, shoppings, cadeias de hotéis e restaurantes voltados para um mar-sem-fim.

Para quem desejar um passeio mais próximo da realidade local, aconselha-se percorrer as feiras. O turista encontrará uma grande variedade de frutas tropicais, como bananas, maracujás, mangas, abacates, melancias, laranjas e uvas, cultivadas no rico solo vulcânico, onde são dispensados os fertilizantes químicos.

As atrações culturais ficam por conta dos museus. O de Arte Sacra guarda obras-primas portuguesas e flamengas e ourivesaria dos séculos XV e XVI, quando a ilha era entreposto do comércio de açúcar. O da Quinta das Cruzes possui excelentes exemplos da arte setencista. E os do Vinho de Henrique e Francisco Franco e o Municipal também oferecem uma vasta gama de obras de arte.

A localização geográfica, aliada ao aspecto geológico, proporciona um clima temperado. Uma primavera eterna, como dizem seus habitantes, tornando-a atrativa para o turismo durante todo o ano. Os tons fascinantes da vegetação de árvores e flores subtropicais, que cobrem a ilha com um manto multicolorido, lhe garantiram outro apelido: Jardim Flutuante. Orquídeas, primaveras, açucenas e magnólias desabrocham durante todo o ano.

A temperatura da água do mar também chama a atenção dos visitantes. É igualmente temperada, por influência da corrente marítima quente, apresentando médias no verão de 22°C e no inverno de 18°C. O clima da ilha também é conhecido por qualidades terapêuticas.

A Ilha da Madeira sempre atraiu personalidades internacionais, como Winston Churchill, primeiro-ministro da Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial. O dramaturgo inglês George Bernard Shaw tirou algum tempo para aprender a dançar na ilha. O local também acolheu exilados da França do período napoleônico.

Atualmente, a visitação mostra-se intensa. Até Funchal é uma passagem obrigatória para os cruzeiros pelo Atlântico.




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