Você já deve saber que a velocidade máxima nas marginais (na Capital) diminuiu, não é? Na do Tietê e na do Pinheiros caiu de 90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas, de 70 km/h para 60 km/h nas centrais e de 60 km/h para 50 km/h nas locais. Até aí, tudo bem. O fato é que, quando se fala em velocidade reduzida o papo rende. Desta vez, destacamos as intempéries que podem ser causadas nestas situações – vulgo colisões em baixa rotação.

“Mas foi só uma batidinha corriqueira”, muitos defendem. Saiba que, ainda assim, é necessário voltar a atenção a possíveis danos causados em diversos componentes do veículo. Nesses casos, nada de andar com a caranga por aí numa boa, como se nada tivesse acontecido.

E quem frisa isso são os especialistas. Qualquer choque pode deslocar ou até mesmo danificar alguma peça alojada dentro do capô, fazendo com que, possivelmente, o carro passe a funcionar de forma inadequada, ficando propenso a ter danos futuros mais graves e colocando a segurança dos ocupantes em risco.

Pois bem... A primeira dica tem relação com os líquidos que fazem o motor trabalhar. Em um impacto frontal, é importante olhar os componentes de armazenamento do líquido de arrefecimento do motor e também do óleo de direção hidráulica. No caso do primeiro, pode haver o (já famoso) superaquecimento do propulsor e, no segundo, o volante pode ficar completamente endurecido no meio de uma viagem, por exemplo, dificultando a condução e até causando acidente grave.

O QUE VERIFICAR
Já os principais componentes que devem ser revisados após uma batida leve são: radiador, eletroventilador e correias. E se você não faz a menor ideia de como fazer isso (a fim de detectar se, de fato, há um problema), o mais conveniente é acionar guincho para levar o veículo até uma oficina. Dessa forma você não força o carro e também acaba evitando danos ainda maiores.

O radiador é um componente que realiza a troca de calor do sistema de refrigeração do motor. Seu deslocamento pode ocorrer com certa facilidade no caso de batida leve, e para dar uma geral, basta ficar atento a vazamentos e danos na carcaça, que também pode estar fora do lugar, ou torta.

Outro problema comum que pode ser encontrado após um choque leve é o travamento da hélice – conhecida como ventoinha – do eletroventilador. Ela trabalha para que o motor não fique superaquecido quando em funcionamento. Portanto, é importante ver se as peças próximas não estão provocando travamento, o que pode servir como pivô de possíveis quebras.

E, agora, a parte mais complicada: as correias. Quando os motores são posicionados de forma longitudinal, as polias podem ficar presas ou empenadas com maior facilidade, afetando até mesmo o tanque de direção hidráulica. E por serem ligadas também no alternador – que transforma energia mecânica em elétrica –, pode ocorrer a parada total do veículo. Sem o alternador funcionando, a energia necessária para que o carro funcione não é suprida e a bateria acaba sendo descarregada.

CORREIA DENTADA
E no caso da correia dentada, a situação sempre é mais crítica, pois ela é interligada ao comando de válvula e também à polia do virabrequim. Quando se rompe com o motor ligado, o comando acaba parando de girar e os pistões entram, inevitavelmente, em contato com as válvulas que, por sua vez, travam abertas – afinal, estavam em funcionamento. Em resumo, isso empena as peças e danifica o motor. Confuso, não? Pois é! O melhor remédio é mesmo ficar atento e ter a ciência de que, como diz o ditado popular, o barato sai caro.