Política Titulo Editorial
Proteção com preocupação
Do Diário do Grande ABC
06/08/2015 | 08:41
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Aline Pietri/DGABC


Redução da jornada e dos salários como forma de garantir os postos de trabalho deve ser vista como uma medida emergencial. Um fôlego extra para quem se vê sufocado por impostos altos, custos de produção proibitivos, economia retraída e poucas perspectivas de reversão no quadro em razão da crise política que turva o horizonte de empregados e empregadores.

Quinze dias após a formatação da lei que instituiu o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), surge a primeira empresa do Grande ABC a negociar com seus colaboradores e aderir à medida. Os 550 funcionários da Rassini Automotive passam a trabalhar 15% a menos todos os dias, pelos próximos quatro meses, recebendo 92,5% do valor de seus vencimentos, uma vez que a metade do percentual reduzido (7,5%) será garantida pelo FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

A metalúrgica é a terceira do País a adotar o PPE e só o fez quando pôde provar que hoje tem menos operários que no ano anterior e esgotou todos os instrumentos possíveis para sanar os tempos difíceis, como férias coletivas e a utilização de banco de horas.

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC festeja a primazia da fábrica molas para caminhões de São Bernardo e espera que tal atitude incentive outras companhias a seguir o mesmo caminho, justificando que isso pode significar a preservação de até 4.000 empregos neste momento de turbulência e que outras sete companhias de sua base de atuação já procuraram a entidade com o mesmo fim.

Todas as medidas no sentido de preservar os postos são sempre bem-vindas. O PPE, entretanto, deve ser entendido como um último recurso e jamais como solução. O que realmente garante o pleno emprego e, consequentemente, o fortalecimento da economia em todos os seus setores é a adoção de medidas práticas que incentivem e desonerem a produção, como a redução da carga tributária e a queda da inflação.  




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