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29 das 100 melhores escolas do País são de SP; Sudeste, porém, perde espaço

Dados divulgados ontem indicam média de cada
escola, levando em conta desempenho no Enem

06/08/2015 | 07:47
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Divulgação


Os resultados por escola do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 mostraram mais uma vez o domínio dos colégios particulares paulistas entre os melhores do País. Das cem escolas com as maiores médias, 29 são de São Paulo - todas privadas e com predomínio de unidades com poucos alunos. As particulares do Estado tiveram melhora em relação a 2013, mas esse avanço foi menor do que o registrado em média pela rede privada do País.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) que organiza o exame, divulgou na quarta-feira, 5, as informações. Os dados indicam a média de cada escola, levando em conta o desempenho dos alunos que fizeram o exame. Também há informações contextuais das escolas, como nível socioeconômico, porte e um novo indicador, de permanência, que mostra o porcentual de alunos que fizeram todo o ensino médio na mesma unidade.

Na média, as escolas privadas de São Paulo tiveram um crescimento de 2,86 pontos entre 2013 e 2014, alcançando a média de 566,34. Na rede privada em todo o Brasil, esse incremento foi de 4,30 pontos - mas a média é menor, de 557,98. O conjunto das escolas privadas paulistas ficou na 5.ª posição entre todos os Estados, perdendo um lugar (para o Distrito Federal) em relação a 2013. As escolas privadas de Minas lideram.

Entre as melhores escolas de São Paulo, 14 são colégios pequenos, com menos de 90 alunos no fim do ensino médio. O Colégio Objetivo Integrado, na região central da cidade, aparece em primeiro lugar, com média de 742,96 pontos. Só 42 alunos fizeram o exame.

Entre as unidades de grande porte, a maior média pertence ao Colégio Móbile, em Moema, na zona sul da capital. A nota foi de 700,84 pontos.

País

Apesar da boa posição das escolas paulistas, a Região Sudeste perdeu espaço na lista das melhores médias. No ano passado, eram 77 escolas da região entre as 100 melhores. Neste ano, são 70. Escolas das Regiões Centro-Oeste e Nordeste avançaram, sobretudo com colégios de poucos alunos. O Nordeste tem 20 escolas entre as melhores. Em 2014, eram 18. A região Centro-Oeste passou de três para seis unidades.

A maioria das escolas de outras regiões que passaram a figurar nas primeiras posições também tem poucos alunos - muitas são criadas como filiais e reúnem só estudantes de ponta. Uma unidade de aplicação da escola cearense Farias Brito, com 44 alunos, alcançou a segunda melhor nota do País (737,88).

Com menos alunos, conseguem elevar a média e subir no ranking. No País, as primeiras posições são de escolas de nível socioeconômico alto ou muito alto, segundo os parâmetros do Inep - exceto aquelas cujas informações estão incompletas.

Para a diretora executiva do Movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, a divulgação dos resultados do Enem está cada vez mais abrangente. "Está evoluindo ano a ano, com novos recortes. Sempre parece que um assunto se sobressai."

Priscila ressalta, no entanto, que as notas não podem servir como "garantia" de boa qualidade. "Não há garantia de que o filho matriculado na escola com boa nota vai ter aquele resultado. Depende da turma em que ele está, dos professores. Há uma desigualdade muito grande até dentro das escolas".

Públicas

A média das públicas de São Paulo também cresceu em 2014, mas é 10,6% menor do que a das privadas. A rede pública, com escolas estaduais, federais e municipais, registrou 563,48 pontos. Assim como no País, as técnicas - que não são vinculadas à Secretaria Estadual da Educação - lideram o ranking. A melhor escola controlada pela secretaria estadual, a Professor Eduardo Velho Filho, em Bauru, está em 457.º lugar entre as públicas do País.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) Ocimar Alavarse diz que é "inaceitável" a diferença. "Estamos no Estado mais rico da nação, e o desempenho das escolas está quase estagnado." A pasta defendeu que a rede é inclusiva, e o resultado mostra avanço. (Isabela Palhares, Luiz Fernando Toledo, Paulo Saldaña e Victor Vieir) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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