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Comércio continua esperando por redução de preços de importados
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
10/07/2005 | 09:50
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O câmbio no comércio é "diferente" no Grande ABC. Quando todo mundo esperava uma redução nos preços dos produtos por conta da queda da cotação do dólar, os valores de grande parte dos produtos se mantêm no mesmo patamar do começo do ano passado, época em que a moeda americana estava na casa dos R$ 3.

Os lojistas se defendem atacando a indústria, acusando-a de "oportunista" ao não repassar ao varejo a redução de 10% a 15% nos preços dos importados. Fabricantes e importadores, por sua vez, se agarram ao argumento de que, para evitar mais perdas com o dólar barato, precisam manter os preços atuais.

Segundo Rafael De Bortoli, gerente da Fast Shop, no Shopping ABC, em Santo André, apenas as TVs de plasma tiveram redução significativa nos preços. "O valor desse tipo de produto caiu 20% neste ano na comparação com 2004. Todas as outras linhas estão com preços iguais, apesar do dólar mais barato", diz o gerente.

Bortoli afirma que os produtos nacionais também deveriam ter os preços reduzidos, já que a matéria-prima geralmente é cotada em dólar. "As geladeiras brasileiras são feitas em aço, material tabelado em dólar. Isso prova que os fabricantes estão com margens de lucro maiores, sem repassar às lojas. A intransigência deles reduz nosso poder de fogo", avalia. "Quando o dólar sobe, o aumento dos preços é praticamente imediato. Como está acontecendo o contrário, a lógica deveria ser a mesma."

Além dos eletroeletrônicos, preços continuam estáveis também no setor de informática e de cosméticos. "Os produtos comprados em dólar tiveram redução mínima. Um perfume de R$ 250, por exemplo, de origem americana, caiu para R$ 245", explica Rosana Maria de Oliveira, proprietária da Cheer Perfumes, no Shopping ABC, em Santo André. Ela diz que muitos produtos passaram a ser cotados em euro, em especial no ramo de cosméticos.

A Inderdata – importadora e distribuidora de componentes de informática –, alega que ainda não repassou a queda do dólar ao varejo em razão da forte oscilação da moeda americana. "Se o dólar continuar nesse patamar, é possível que a partir de outubro, quando as lojas começam a se preparar para as vendas do Natal, possamos derrubar os preços em até 10%", diz Armando Nösher, diretor da empresa.




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