``Desta vez, com todo o material apreendido na casa do Zezinho e encaminhado à perícia, poderemos contar com provas técnicas. Uma coisa puxa a outra. Esses bailes, além de incitar a violência, o consumo de drogas e a pornografia, também servem como fachada para o tráfico', afirmou o delegado. Para Artur Cabral, Zezinho terá que explicar a relaçao com as pessoas que aparecem nas fotografias vestidas com camisetas fazendo referência à facçao criminosa Amigos dos Amigos (ADA).
Zezinho é dono das equipes de som A Coisa, ZZ Disco e O Bagulhao. Ele é considerado um dos maiores produtores de bailes funks do Rio, perdendo apenas para Rômulo Costa. Há 12 anos no ramo, é conhecido como o Produtor do Diabo. A polícia pretende mapear os locais onde em bailes promovidos por Zezinho houve ocorrências de lesoes corporais graves, homicídios e exploraçao de menores. ``Nos depoimentos dos inquéritos que estao sendo investigados já existe o vínculo do tráfico que agora vamos comprovar', afirma Cabral.
Além da identificaçao das pessoas que aparecem nas fotos, a polícia também vai atrás dos produtores das fitas feitas nos bailes, que servirao como testemunhas. As pessoas que comercializaram o material exibindo açoes violentas podem ser enquadradas no inquérito. ``Nao tenho dúvidas de que agora dispomos de um bom material para fazer as denúncias sobre o envolvimento desses produtores com o crime organizado', acredita o delegado Artur Cabral.
Entre os documentos analisados pelo delegado para verificar o envolvimento dos organizadores de bailes funks com os traficantes está a Verificaçao Preliminar de Inquérito (VPI) feita pela detetive Cristina Lomba Pereira sobre a morte do estudante Júlio Miranda Cavalcante, 15 anos, no início do ano, no Country Club Jacarepaguá, na Praça Seca (Zona Oeste). O baile foi organizado pela ZZ Produçoes. ``Em um dos volumes existem vários depoimentos que poderao acrescentar muita coisa após essas apreensoes', disse Cristina.
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