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Oposição tem comportamento sazonal
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
02/08/2009 | 07:54
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Apesar de a oposição às novas administrações no Grande ABC ter apresentado poder de fogo no primeiro semestre, a tendência é que, com o tempo, a força das bancadas contrárias aos prefeitos diminua.

O especialista em marketing político e políticas públicas Sávio Ximenes afirma que, no geral, a oposição funciona de maneira sazonal. Ximenes explica que ao assumir uma nova administração, o chefe do Executivo costura alianças e acordos e, nos primeiros meses de governo, é normal o forte posicionamento de alguns parlamentares.

"Ocorre um ruído de natureza política entre governo e base de apoio, porque a nossa prática política entre Legislativo e Executivo é de negociação entre o parlamentar e o governo. Muitas vezes essas conversas acontecem fora do âmbito do partido. Hoje, a fragilidade é tão grande que permite que o parlamentar não siga o partido, mas negocie diretamente com o Executivo."

Para o especialista, mesmo com situações como a de São Bernardo - onde o prefeito Luiz Marinho (PT) mantém 11 dos 21 vereadores na base governista (veja reportagem ao lado) - há possibilidade de reviravolta. "Quando a oposição é forte atrapalha o governo. Mas, em geral, as administrações conseguem acomodar a oposição. Isso mostra que é a resistência é comum, mas com o tempo ela vai sendo minada. E constrói a maioria", afirmou.

Ximenes ainda destaca particularidades em São Bernardo. "É complicado, pois tranca tudo, não dá quorum, sai parlamentar do plenário... Existe todo um mecanismo. O prefeito está em cima do fio da navalha, mas pode remontar o grupo, tirar os votos para base dele. Nesse processo, o mais importante é a conversa."

Reeleitos levam vantagem na relação com o Legislativo

Os prefeitos Clóvis Volpi (PV-Ribeirão Pires), Adler Kiko Teixeira (PSDB-Rio Grande da Serra) e José Auricchio Júnior (PTB-São Caetano) não têm do que reclamar em relação às câmaras. Os três chefes do Executivo, que foram reeleitos no ano passado, possuem maioria nos respectivos legislativos e mal sabem o que significa enfrentar a oposição.

Em Ribeirão Pires, Volpi possui apenas um vereador na base contrária. Mas, mesmo assim, João da Silva Lessa, afastado do Legislativo até a última semana por motivos de saúde, apoia a maioria das proposituras governistas. Em Rio Grande da Serra, Kiko também possui apenas dois opositores: Cláudio Manoel Melo e Cleson Alves de Sousa, ambos petistas.

Em São Caetano, Auricchio também garantiu maioria na Casa, mas o único petista eleito, Edgar Nóbrega, alega que, apesar de ser minoria, honra o papel para o qual foi eleito. "Faço minha parte porque a oposição é minoritária e sentimos dificuldade de um governo que não acertou o passo neste segundo mandato. Queremos mais diálogo", pediu o parlamentar.




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