Economia Titulo Crise
Desemprego na região é o maior desde 2009

Índice chega a 13% em junho, impulsionado
pelo fechamento de 28 mil vagas na indústria

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
30/07/2015 | 07:20
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Denis Maciel/DGABC


O índice de desemprego no Grande ABC atingiu em junho o maior patamar, para esse mês, desde 2009, período que foi o auge do impacto da crise financeira mundial na economia do País. É o que aponta a PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) realizada pelo Seade e o Dieese e divulgada ontem. Há atualmente 181 mil pessoas sem emprego na região. Esse contingente corresponde a 13% da população economicamente ativa, que é o total dos que estão ocupados ou em busca de colocação profissional. Em junho de 2009, a taxa era de 13,1%. Em maio deste ano, estava em 12,7%.

Foi o quarto mês seguido de alta no índice, que ocorreu pelo fechamento de 28 mil postos de trabalho. Só não cresceu mais porque houve a saída de 27 mil pessoas do mercado de trabalho, que podem ser jovens e donas de casa que deixaram de procurar trabalho devido às dificuldades de inserção, por exemplo. Com isso, houve acréscimo de ‘apenas’ 1.000 desempregados de um mês para outro, embora, na comparação com junho de 2014, já são 45 mil a mais sem ocupação. O estudo, realizado por meio de entrevistas com moradores da região, abrange não só empregos com carteira, mas também informais e autônomos.

O setor industrial contribuiu de forma decisiva para os cortes de vagas no mês. Sozinha, a atividade eliminou 28 mil postos de trabalho no mês, e a construção reduziu outros 5.000, enquanto comércio e serviços abriram vagas, mas em número insuficiente para compensar os cortes (respectivamente 7.000 e 1.000 empregos gerados). Mais 3.000 postos foram fechados em outras áreas – o total de ocupações inclui, por exemplo, agricultura, pesca, produção florestal e extrativa mineral, entre outras não classificadas.

Entre as fabricantes, as do ramo metalmecânico foram responsáveis por parte considerável dos fechamentos (18 mil), como reflexo da crise no setor automotivo, que vem impactando, sobretudo, as pequenas empresas de autopeças, assinala o gerente de análise do Seade, Alex Loloian. Porém, as montadoras também vêm demitindo, como a Mercedes-Benz, que demitiu cerca de 500 operários no mês passado, 200 deles por meio de PDV (Programa de Demissão Voluntária).

RENDIMENTO - O estudo também mostra que os trabalhadores do Grande ABC tiveram redução de 6,3% na renda média real (descontada a inflação) em maio, na comparação com mesmo mês de 2014, que passou a valer R$ 2.116. Com isso, a massa de rendimentos (valor médio recebido multiplicado pelo número de empregados) encolheu 9,7% no ano. “Isso significa uma perda do poder de compra expressiva, que se deve à inflação”, diz Loloian.

O gerente do Seade assinala que o momento é de crise, mas ele espera que se confirme a sazonalidade do fim do ano. “Normalmente no segundo semestre melhora (o nível de emprego)”, diz.
 




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