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Para Grana, candidato do PSDB pagará por promessas do Estado

Em tom de campanha, prefeito de Sto.André diz que futuro adversário na eleição ficará responsável por explicar anúncio de obras não executadas

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
17/07/2015 | 07:37
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Montagem/DGABC


Dando sinais do discurso elaborado à campanha eleitoral do ano que vem, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), afirmou ontem que “não se surpreende” com a decisão de candidatura própria do PSDB no âmbito municipal e alegou que o futuro adversário do tucanato ficará com a ônus de justificar as promessas de obras estaduais, projetadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), não executadas até agora na cidade. “O candidato será bem-vindo para fazer o debate do papel do governo de São Paulo, falar do comprometimento que o Estado teve com o município. Haverá essa cobrança. Vão ter de explicar muita coisa, está aquém das expectativas.”

O PSDB estadual deu indicativo no início desta semana de projeto solo em Santo André para 2016, após pífio resultado no páreo de 2012, quando pela primeira vez na história não lançou nome para encabeçar chapa majoritária. O nome, no entanto, não foi sacramentado. O secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos do Paço, Paulinho Serra (PSD), é cortejado para retornar ao tucanato e compor o plano. Outros quadros são cotados internamente, como o presidente do diretório local, Marcelo Chehade, e a deputada Mara Gabrilli. Na concepção do partido, o desgaste do PT na esfera nacional torna o projeto de reeleição de Grana fragilizado no processo.

Dentro da análise tucana, Alckmin, que está no quarto mandato à frente do governo do Estado, será utilizado de trunfo na campanha municipal. Isso porque o governador foi reeleito ano passado no primeiro turno, alcançando 49,18% dos votos na cidade, deixando o ex-ministro Alexandre Padilha (PT) na traseira, com 24,27%. O tucano tem reclamado de problemas financeiros na administração, anunciando cortes de investimentos, assim como a maioria dos gestores, diante da crise econômica no País.

Grana sustentou que, na lista de intervenções do Palácio dos Bandeirantes, apenas o Poupatempo de serviços, instalado no Atrium Shopping e aberto em maio, saiu do papel, ao frisar que esse equipamento somente avançou na prática por conta do empenho da Prefeitura, ‘liberando’ o espaço por meio de concessão. Sobre as demais parcerias, o petista falou que tudo “ficou no anúncio”. “O CRI (Centro de Referência do Idoso) foi anunciado há um ano. Não tem um tijolinho sequer. Assim como (unidade da Rede) Lucy Montoro e reforma das estações de trem. Não tem nada. Participação no Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é zero. Torço para que tenham (PSDB) candidato”, cutucou.

O petista citou que o eleitorado fará julgamento sobre o desempenho do governo, sem levar em questão a conjuntura federal. Emendou a falta de auxílio da administração tucana em obras na Avenida dos Estados, via que corta o Grande ABC, sob responsabilidade da gestão paulista. Segundo Grana, a cúpula do Paço bateu, inclusive, na porta do Palácio com alvo de solicitar agenda com o governador, sem atendimento do pedido firmado ao secretário da Casa Civil, Edson Aparecido (PSDB). “Pedimos ajuda por qualquer intervenção nessa que é a principal via do município. Eles não colocaram um centavo”. O encontro, em janeiro, envolveu cobrança por contribuição depois da reconstrução da ponte, na altura do bairro Bangu, que teve a estrutura danificada pela força da água. A Prefeitura gastou R$ 5,1 milhões no contrato.

Petista avalia que não há grande líder da oposição no município

O chefe do Executivo de Santo André considerou que atualmente a cidade carece de fortes figuras políticas na ala contrária ao governo do PT ao minimizar o peso do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB) e do ex-prefeiturável Raimundo Salles (PPS), quadros que já se colocam como pré-candidatos ao Paço.

“Hoje não tem grande líder da oposição. O que vejo são projetos políticos pulverizados”, disse. A declaração de Carlos Grana se deu em meio aos comentários sobre o cenário de 2016, com série de rivais à sua proposta de reeleição.

O petista descartou que a quantidade extensa de nomes no momento seja indicativo de má avaliação da gestão municipal. “Crise da própria oposição é que leva a ter vários candidatos. Eles não se entendem. Muitos postulantes significam que há pouco entendimento”, analisou. Lideranças tentaram formar bloco antiPT, que não prosperou até agora.




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