Vereador tenta acerto com cúpula, mas MP pode acusar manobra
Convidado pelo Solidariedade para encabeçar projeto de candidatura própria ao Paço de São Bernardo na eleição do ano que vem, o vereador Marcelo Lima (PPS) costura nos bastidores migração partidária, buscando fugir de enquadramento na Lei de Fidelidade Partidária. Ele tenta acordo junto à direção popular-socialista para liberação sem pedido de cadeira, mas o Ministério Público pode identificar manobra e punir o parlamentar.
A possível troca de legenda foi revelada no sábado pelo Diário, em entrevista concedida pelo presidente estadual da legenda Davi Martins de Carvalho, que anunciou convite ao parlamentar. Marcelo estaria encaminhando a troca de legenda por divergências políticas com o deputado federal Alex Manente, presidente estadual do PPS e próximo de ser candidato à Prefeitura de São Bernardo em 2016.
Pela legislação eleitoral, partido político, Ministério Público e suplentes podem acionar a Justiça Eleitoral para requerer cadeira de parlamentar que trocou de partido sem atender aos critérios da Lei de Fidelidade Partidária. Nestes casos, a denúncia mais recorrente é acionada pelo primeiro suplente da legenda ou da coligação do pleito passado.
Em São Bernardo, encontra-se nesta situação Alex Mognon, filho do ex-vereador Vandir Mognon e que recebeu 2.882 votos em 2012.
Procurado, o político assegurou não ter total conhecimento da possível movimentação partidária de Marcelo, evitando firmar posicionamento. “Escutei algumas coisas, mas não posso tomar decisão neste aspecto de especulação”. O suplente adiantou que deve entrar em contato com o vereador para anunciar conduta. “Devo conversar com o Marcelo nos próximos dias e vou procurar questionar sobre essa situação. Eu me dou bem com ele e nunca pensei em prejudicar ninguém. Tenho certeza que esse diálogo será bom e que me ajudará ao caminho a ser tomado.”
Marcelo, que não foi localizado para comentar o assunto, foi eleito vereador pela primeira vez em 2008, recebendo 3.906 votos. Quatro anos depois, elevou sua votação para 6.445 adesões, sendo o segundo mais votado da cidade.
Presidente do PPS local e também vereador, Julinho Fuzari não quis se pronunciar sobre o assunto.
CADEIRA PERDIDA
Na região, dois políticos foram enquadrados pela Lei de Fidelidade Partidária. Em Mauá, a Justiça cassou o mandato de Ivann Gomes, o Batoré. O parlamentar migrou para o PRB em 2013, alegando perseguição política. Batoré foi substituído por Adelto Cachorrão (PP). Em Ribeirão Pires, Anderson Benevides perdeu sua cadeira ao trocar o PMN pelo PSC. Em seu lugar assumiu a suplente Berê do Posto (PMN).
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