Um confronto só nao ocorreu por intervençao do deputado estadual Carlos Zarattini (PT), que convenceu os moradores a guardar as garrafas e liberar o trânsito. Pouco depois, Rodrigues desistiu de derrubar os barracos, dispondo somente de intimaçao de saída em 24 horas para cada família. Ele nao atendeu a reportagem. Mandou um assessor dizer que a remoçao havia sido suspensa até ser obtida uma autorizaçao judicial.
A favela tem 600 barracos, segundo a associaçao dos moradores. O terreno pertence à Prefeitura. Segundo o encarregado de apreensao da regional, Oscar Nogueira Júnior, o objetivo é remover todas as casas. As 11 primeiras foram escolhidas por estar em terreno pertencente a uma creche da Prefeitura, ao lado, desativada há vários meses.
Os moradores alegam que, no local da invasao, havia antes um lixao, que nunca fora combatido pela regional e que, ao atrair ratos, chegou a provocar casos de lepstopirose. Eles chegaram a retirar um brinquedo do parquinho da creche para reforçar a barricada. "Além da autorizaçao judicial, o administrador deveria ter acionado a Secretaria da Habitaçao", protestou Zarattini.
"É covardia o que estao fazendo", gritava a empregada doméstica Marice de Fátima Moisés. Ela recebeu a intimaçao às 15 horas de ontem, com prazo de 24 horas para a saída. As 10 horas de hoje, a Prefeitura chegou com a polícia para a remoçao. "Se meu filho for para a rua, nós vamos botar fogo em tudo", reagiu.
Cerca de 200 pessoas participaram nesta terça-feira de protesto em frente do Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da cidade, contra a demora na liberaçao de terrenos para a construçao de casas em mutirao, dentro do projeto Sonho Meu.
O protesto foi organizado pela Federaçao Intermunicipal de Movimentos e Associaçoes Pró-Moradia (Fimap), e durou pouco mais de uma hora, segundo a assessoria do palácio. Os manifestantes foram atendidos pelo secretário de Estado da Habitaçao, Francisco Prado de Oliveira Ribeiro (PTB), que prometeu o início da construçao para março.
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