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PMs de Minas anunciam paralisaçao para junho
Do Diário do Grande ABC
04/05/2000 | 18:11
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Os integrantes da Polícia Militar de Minas Gerais, que, há três anos, fizeram uma greve que se alastrou pelas corporaçoes de outros Estados, ameaçam retomar o movimento em junho, caso o governador Itamar Franco (sem partido) nao atenda a uma pauta de 18 reivinidaçoes de praças e oficiais.

A principal delas é a fixaçao de piso salarial de R$ 1 mil para soldados e de teto de R$ 6 mil aos oficiais. Um dos articuladores do movimento grevista, que também liderou a revolta dos praças, em 1997, é o deputado federal Cabo Júlio (PL-MG), o mais votado do Estado, nas últimas eleiçoes.

"O governador assumiu uma série de compromissos com os policiais, quando assumiu o cargo, e nao está cumprindo", disse o parlamentar. "A situaçao esta quinta-feira está pior que há três anos e os quartéis sao verdadeiros barris de pólvora", completou. De acordo com o Cabo Júlio - que planeja ampliar a participaçao das Polícias Civil e militar de Minas Geraios na política este ano, elegendo pelo menos 300 candidatos das corporaçoes às câmaras municipais e prefeituras -, os salários pagos na PM do Estado estao entre os piores do Brasil. "Um soldado ganha 615 reais, enquanto no Rio, por exemplo, o piso é de R$ 1.078,00", afirmou.

A conseqüência, segundo ele, é que os policiais sao obrigados a trabalhar como seguranças de lojas, postos e boates ou perueiros para aumentar a renda. Ao contrário do levante de 1997, quando só os praças da PM fizeram greve, desta vez, a paralisaçao pode atingir também o oficialato. O presidente da Associaçao dos Oficiais da PM de Minas Gerais, major Domingos Sávio Mendonça, do Corpo de Bombeiros, explicou que os policiais de patentes maiores também estao insatisfeitos e dispostos a paralisar as atividades, se necessário.

"Queremos resgatar a dignidade dos praças e dos oficiais", disse. Além da melhoria de salários, os PMs mineiros também querem outros benefícios, como gratificaçoes por serviços extraordinários, ampliaçao e renovaçao da frota e revisao da estrutura da corporaçao. Itamar nao comentou esta quinta-feira a advertência da PM, mas prometeu dar nesta sexta-feira uma entrevista coletiva na qual deverá abordará o assunto. A administraçao estadual está finalizando estudos sobre reajustes diferenciados para o funcionalismo, que variariam de 10% a 50%, dependendo da faixa salarial.




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