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Sto.André: da venda de garrafas à final
Divanei Guazzelli
Do Diário do Grande ABC
30/06/2001 | 22:06
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O Santo André, hoje, tem conjunto poliesportivo, patrocinadores, uma respeitável média de público na campanha do seu novo acesso, mas nem sempre foi assim. Até que a primeira subida para a divisão principal ocorresse, em 1981, as dificuldades foram muitas. Ainda como Santo André Futebol Clube, que foi fundado em setembro de 1967, até campanha para venda de garrafas e jornais velhos foi feita em janeiro de 1974, como forma de arrecadar recursos para manter o clube vivo. Eram tempos de abnegados, como o presidente na época, Wigand Rodrigues dos Santos.

Mesmo assim, o clube já forjava tradição na segunda divisão. No mesmo 1974, foi um dos finalistas do campeonato vencido pelo Grêmio Catanduvense. No ano seguinte, deu o troco sobre o mesmo Catanduvense e conseguiu o título. Um problema: nas duas ocasiões, não havia acesso, pois a lei estava suspensa desde 1971, quando o Marília subiu ao superar o Saad, de São Caetano.

Em 1976, quando o acesso voltou, o Santo André também foi para as finais, ao lado do Aliança de São Bernardo e do Barretos, mas a única vaga ficou com o XV de Jaú. Até 1979, em mais uma temporada como finalista, o Santo André viveu dois campeonatos (1977 e 1978) com participações discreta. Porém, na nova oportunidade, também não conseguiu subir: no rebolo (disputa que havia entre o penúltimo colocado da primeira divisão e o vice da segunda) perdeu para o Marília.

Na temporada seguinte, uma campanha discreta, sem conseguir passagem para o quadrangular decisivo, que teve São José (campeão), Catanduvense (vice), Aliança de São Bernardo e União Barbarense. Com o Aliança, inclusive, o Santo André protagonizou verdadeiros clássicos regionais, com os estádios Bruno Daniel e Baetão lotados em várias ocasiões. No Bruno Daniel, por exemplo, o confronto chegou a ser assistido por mais de dez mil torcedores.

Em 1981, depois de uma nova campanha sem brilho no ano anterior, chegou finalmente a vez do Santo André. Havia recursos, estrutura e mobilização popular, exatamente como agora. Tudo contribuiu para que um elenco poderoso fosse formado, orientado nos instantes decisivos por treinadores competentes (Dalmo Gaspar e Sebastião Lapola), numa semelhança do que ocorreu em 2001, com a vinda de Luiz Carlos Ferreira.

A partir de 1982, a vida do clube iniciava um novo capítulo, desta vez no principal campeonato estadual do Brasil. Durou 13 anos, até 1994, para ser retomada com a conquista de ontem à tarde. Na longa permanência na primeira divisão, o Santo André solidificou as bases e deixou de ser, como nos tempos dos jornais velhos e das garrafas vazias, “um time de 11 camisas”.




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