Para tentar mobilizar o maior número possível de trabalhadores, que vao comemorar o dia 1º de Maio, dia do Trabalho, na próxima segunda-feira, feriado nacional, os dirigentes da CUT e do Movimento Unificado dos Servidores Públicos de Alagoas (Musp) decidiram antecipar, para a tarde desta sexta-feira, os protestos contra o governador de Alagoas, Ronaldo Lessa (PSB), e o presidente Fernando Henrique Cardoso, apontados como os principais inimigos dos trabalhadores alagoanos.

Ronaldo Lessa, que foi eleito com apoio da CUT e do Musp, vai receber críticas por conta do anúncio da demissao de cerca de mil funcionários de 23 órgaos das administraçoes direta e indireta do Estado, contratados sem concurso público, após a promulgaçao da Constituiçao Federal de 1988.

Os trabalhadores ameaçam acampar em frente ao Palácio dos Martírios, caso o governador nao suspenda as demissoes, que já começaram pela gráfica oficial do governo de Alagoas e o Laboratório Farmacêutico de Alagoas (Lifal). O Departamento Estadual de Trânsito (Detran - AL) deve ser o próximo órgao atingido pelas demissoes.

O presidente Fernando Henrique Cardoso também vai ser alvo do protesto dos sindicatos de trabalhadores, que farao críticas ao valor do novo salário mínimo, R$ 151, o grande número de desempregados e a falta de políticas sociais.

Os trabalhadores públicos federais aproveitarao os protestos para criticar as privatizaçoes, o desmantelamento dos órgaos públicos federais e a falta de reajustes em seus salários.

O ato público vai acontecer na porta do Palácio dos Martírios, sede do governo do Estado, e contará com apresentaçoes de trios elétricos, músicos e bandas locais, além de teatro popular.

Segundo dados do Núcleo de Cidadania da Universidade Federal de Alagoas, o Estado tem 120 mil excluídos. Dez por cento dos alagoanos vivem abaixo da linha de pobreza. Alagoas também mantém o recorde nacional de analfabetismo: mais da metade da populaçao nao sabe ler nem escrever.