Desenvolvido para equipar o Clio Seda, que chegou ao mercado no início de setembro, o motor 1.6 16V de 102 cv de potência da Renault também foi adaptado para o irmao mais famoso da linha, o Clio hatchback. O Diário avaliou o modelo nas ruas do Grande ABC e da capital em sua versao mais completa, a RT, e pode constatar que o bom desempenho demonstrado pelo novo propulsor no seda nao só se repetiu, como foi aperfeiçoado no hatch. 

 Com dimensoes menores e mais leve, o compacto mostrou-se eficiente, principalmente na cidade, onde o alto torque do motor, mesmo em baixas rotaçoes - o máximo alcançado é 15,2 kgfm a 4.250 rpm - proporcionou segurança nas retomadas de velocidade. Na estrada, por sua vez, o modelo é rápido nas ultrapassagens e alçança, sem muito esforço, sua velocidade máxima, de 180 km/h. Nas subidas, em geral, nao é necessário pisar forte no acelerador ou trocar marchas, já que o carro dificilmente perde velocidade. 

 Assim como no Clio Seda, o modelo hatchback, que vai da imobilidade aos 100 km/h em 9,8 segundos, é econômico, se levarmos em consideraçao a sua potência máxima. Segundo a Renault, o compacto gasta 11,3 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada. 

 Se o motor é o destaque na parte mecânica, o câmbio, mais uma vez em se tratando de carros da Renault, deixa a desejar. Assim como no Clio Seda e no utilitário Kangoo Express, a troca de marchas no Clio hatch 1.6 16V é sempre acompanhada de uma trepidaçao na alavanca, no momento em que o motorista começa a tirar o pé da embreagem. Nas ruas da cidade, onde a troca de marchas é intensa, esse defeito é bastante incômodo. 

 Por fora, o carro mantém o mesmo design de gosto duvidoso - com cortes em dois ângulos diferentes - da versao 1.0 e 1.6 8V. No entanto, a versao RT com o novo motor - a mais luxuosa da família - traz novos detalhes externos, como faróis de milha na saia dianteira e rodas de liga leve, que dao ao hatchback produzido em Sao José dos Pinhais (PR) um ar mais esportivo.

  Internamente, o Clio hatch continua com pouco espaço para os passageiros do banco traseiro, tanto no local para as pernas, que é reduzido pela proximidade com o banco dianteiro, como na altura, já que o carro é muito baixo. Para os ocupantes dos bancos dianteiros, entretanto, o modelo é bastante confortável. A versao RT conta com air bag duplo de série - assim como todos os carros da montadora francesa -, ar-condicionado, trio elétrico, direçao hidráulica, painel com fundo cinza e controle satélite do CD Player no volante, acoplado à coluna de direçao. Os controles para acionamento do vidro elétrico, assim como no Clio seda, continuam mal-localizados - no console central em frente ao câmbio. Essa posiçao obriga o motorista a curvar-se em demasia e, conseqüentemente, perder a visao.

  Além do modelo testado pelo Diário , o Clio hatch com motor 1.6 16V será oferecido também na versao RN, que tem três itens opcionais: pintura metálica, ar-condicionado e Pack Lazer (pacote que reúne diversos itens). O alto preço da versao RT pode ser um dos problemas da Renault para alavancar as vendas da versao no país. A versao top de linha tem preço sugerido de R$ 27.706. A versao RN, por sua vez, sai por R$ 22.173.