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Após um ano de gestão, Diniz afirma que 'Sama zerou dívidas'
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
02/01/2010 | 07:02
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O superintendente do Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), Diniz Lopes (PR), afirma que o primeiro ano de sua gestão à frente da autarquia foi "promissor".

Segundo ele, o órgão conseguiu em 2009 "balancear contas e acabar com o déficit deixado pelo governo do ex-prefeito Leonel Damo". No entanto, o gestor não contabilizou o valor total devido pela autarquia à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo): R$ 1,2 bilhão, questionados em juízo.

Segundo Diniz, as dívidas deixadas pelo governo anterior foram custeadas em 2009. "Entramos com déficit de R$ 8 milhões em dívidas, sendo R$ 6 milhões só com a Sabesp, Isso é promissor", avalia. "Levamos água a lugares onde não havia antes".

Diniz diz que o segredo para concretizar o que para ele é "virada nas finanças" foi o foco no atendimento da autarquia apenas para executar serviços ligados ao fornecimento de água, o que não ocorria antes. "Outras administrações faziam praças, vielas, asfaltavam ruas e não resolviam problemas do fornecimento de água. Em 2008, deixaram tudo em débito, usaram dinheiro para fazer obras que não eram de obrigação do Sama".

Outro argumento do gestor é a diminuição de concorrências para contratação de serviços terceirizados. Segundo ele, para evitar desperdício, o Sama utilizou funcionários próprios para atender todas as demandas da autarquia. "Só fizemos uma carta convite em 2009. O restante foi feito com mão-de-obra própria, com funcionários do Sama", diz. "Executamos um serviço hoje orçado em R$ 260 mil por uma empresa. Gastamos R$ 80 mil nos tubos e usamos servidores da autarquia. Isso resultou em economia de mais de R$ 100 mil aos cofres", afirma.

SABESP
Apesar do otimismo, Diniz não citou as dívidas do Sama com a Sabesp, que questiona. em juízo. o valor do metro cubico da água pago pela autarquia à fornecedora. Além disso, a estatal cobra investimentos em infraestrutura de obras e canalizações custeadas por ela durante o tempo em que era responsável pela prestação do serviço à cidade.

No total, a Sabesp pede R$ 1,2 bilhão em juízo, Do valor, R$ 650 milhões referem-se à discrepância entre o valor da água cobrado pela estatal e revendido à população. O saldo negativo repassado à companhia compromete o orçamento. Além disso, há R$ 627 milhões referentes aos investimentos feitos pela Sabesp na cidade .

Diniz argumenta que enquanto não houver qualquer decisão da Justiça sobre o caso, o valor não pode ser contabilizado como dívida do Sama. Ele critica ainda o valor "exorbitante" cobrado pelo metro cúbico da água, que é revendido pelo Sama. "Estamos na Justiça questionando isso", conclui.

Superintendente promete mais investimentos

Diniz avalia que com o orçamento para 2010 proposto pela nova gestão da autarquia, "o segundo ano promete ser ainda melhor para o investimento em obras". O Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) terá caixa de R$ 59,3 milhões destinados pela administração do petista Oswaldo Dias.

A Prefeitura - que já fechou convênio com o Governo Federal para construção de duas caixas suspensas no Zaíra a fim de evitar falta d'água no bairro - espera que os recursos avaliados em R$ 7,6 milhões sejam liberados no início deste ano.

No entanto, a Prefeitura tem tido dificuldades na liberação da verba por conta da falta de certidões negativas de débitos.

Diniz explica que a administração de Oswaldo Dias aguarda aprovação de documentos pela Caixa Econômica. "O banco pediu novos documentos e orçamentos, mas sendo liberados, construiremos o reservatório", argumenta.

Diniz acrescenta ainda que a autarquia deve anunciar novas obras. "Além desse reservatório, queremos outro na Vila Magini. Faremos isso com verba própria. algo em torno de R$ 2,5 milhões".

 

Esgoto também teve mudanças em 2009


A concessionária de serviços de esgoto também passou por mudanças em Mauá ano passado. A Ecosama, que havia sido comprada pela empresa Odebrecht há dois anos, mudou de comando e passou a chamar-se Foz do Brasil.

Após período de indefinição de investimentos nos serviços de esgoto de Mauá, a empresa entregou proposta de repactuação do acordo de concessão com a Prefeitura.

Segundo o diretor da Foz do Brasil, Eduardo de Melo Pinto, a desistência do Polo Petroquímico do Grande ABC de utilizar água de reúso fornecido pela concessionária fez com que a revisão do acordo fosse necessária.

O projeto de construção da estação de tratamento previa faturamento mensal de R$ 23,5 milhões à companhia. "A negociação com o polo só acabou em junho, com a resposta de inviabilidade do processo", diz.

Com pouco tempo de prazo para rever a proposta, o diretor reuniu-se com a Prefeitura e a Arsae (Agência Reguladora dos Serviços de Água e Esgoto) para avalizar novas diretrizes no projeto, que segue em análise pela companhia. Apesar do prazo apertado, segundo o diretor, os novos investimentos que serão feitos na rede de esgoto da cidade devem começar este ano.




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