Deputados do Reino Unido reforçaram nesta terça-feira, em Estrasburgo (leste da França), uma campanha pela proibição completa da importação da carne bovina brasileira para a União Européia, sob alegação de problemas sanitários.

A iniciativa é incentivada pelo inglês Neil Parish, presidente da Comissão de Agricultura do Europarlamento, junto com o escocês Alyn Smith, a irlandesa Mairead McGuinness, o norte-irlandês James Nicholson e o galês Jill Evans.

Segundo os deputados, a carne bovina brasileira não cumpre as normas de segurança sanitária exigidas pela UE, baseando-se na opinião de especialistas veterinários europeus e, especialmente, em um informe da IFA (Associação de Produtores Agropecuários Irlandeses) e no Jornal dos Produtores Agropecuários.

Segundo o documento, o Brasil não tem um sistema confiável de rastreamento da origem do gado cuja carne é exportada. Atualmente, a UE aplica um embargo à carne de três estados brasileiros devido a um surto de aftosa. No entanto, segundo os deputados, o gado está sendo contrabandeado das áreas sob proibição para outras partes do país onde a exportação é permitida.

Em julho, o governo brasileiro assegurou que a carne exportada para a UE cumpre todas as exigências sanitárias e acusou os produtores da Irlanda de apresentar objeções infundadas para sua importação.

A declaração veio em resposta ao pedido do Comitê de Agricultura do Parlamento Europeu feito à Comissão Européia pelo embargo total e imediato da carne brasileira. Segundo dados de Brasília, a exportação de carne brasileira superou recentemente, pela primeira vez, a marca de US$ 10 bilhões em um período de 12 meses (desde agosto de 2006 até julho de 2007).

Com esse valor, a carne (bovina, avícola, suína e outras) se transformou no segundo produto agropecuário, depois da soja, a integrar o seleto grupo de setores a superar a marca de US$ 10 bilhões durante 12 meses.