Adriano ainda não caiu nas graças do torcedor corintiano e, por isso, terá uma apresentação de jogador comum. A diretoria do clube planejava uma megafesta. Inicialmente, seria no Anhembi. Depois, optou por algo pomposo, só com a presença de jornalistas, no Museu do Ipiranga - seria uma forma de explorar o apelido Imperador. Mas, com a negativa dos diretores do museu, foi convencida a optar pela simplicidade. Assim, o atacante vestirá a camisa dez do Corinthians hoje, a partir das 12h30, no CT Joaquim Grava, sem qualquer grande cerimônia.
Em seu primeiro ato como jogador do Corinthians, na apresentação oficial de hoje, Adriano dará início à sua batalha pela ‘conquista dos torcedores'. Fazer juras de amor ao Flamengo e forçar sua contratação pelo rival carioca foram atos não digeridos pelos corintianos, que ainda estão reticentes com a contratação do polêmico e badalado reforço.
Na sexta-feira, dia da confirmação do negócio, integrantes da Camisa 12, uma das organizadas corintianas, levaram uma faixa de protesto ao CT do Parque Ecológico. "Adriano, o Corinthians não é clínica de reabilitação. Não queremos você aqui", dizia a faixa. No site da Gaviões da Fiel, a maior uniformizada do clube, também há uma enquete para os torcedores darem sua opinião sobre o que acham do jogador. Nela, ele está longe de ser unanimidade.
Mas, apesar da falta de unanimidade entre os corintianos, a Gaviões não gostou da faixa da Camisa 12 e cobrou apoio. A ordem é não reprovar Adriano antes mesmo de ele mostrar seu valor. Com esse pensamento, as torcidas organizadas do clube estão se reunindo na busca da união para apoiar o jogador, simplesmente pelo bem do Corinthians.
Os torcedores, em sua maioria, estão convencidos de que Adriano fará muitos gols pelo Corinthians. Sabem de sua capacidade e, por isso, prometem ajudá-lo. Não escondem, contudo, o temor de que ele, após um bom Campeonato Brasileiro, largue o clube como fez com o Flamengo em 2010, dizendo estar pronto para "voltar a ser o Imperador da Itália", na Roma.
Por tudo isso, a diretoria evitou se arriscar e fazer a apresentação à torcida. O cuidado é não ocorrer um fiasco e virar alvo de chacotas dos rivais.
Diretora proíbe evento no museu
Apresentar Adriano no Museu do Ipiranga seria o cenário ideal na visão do presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, e do pessoal do marketing do clube. Eles pretendiam explorar ao máximo a imagem de Imperador imposta ao atacante para poder lucrar com a chegada do reforço. Inicialmente, os torcedores fariam a festa nos arredores do local. Não foi permitido.
Depois, o Timão optou por prometer à direção do museu que apenas jornalistas, num cálculo de cerca de 200 pessoas, estariam presentes no evento. Mesmo assim, outro ‘não' foi ouvido, sob a alegação de que era muito gente para os padrões de segurança do local e que o acervo histórico poderia ser danificado diante de confusão que poderia acontecer.
"O nosso saguão é ocupado por acervos, o prédio tem 120 anos. Todo ele é preparado para ser museu e tem espaços que não permitem uma coletiva de imprensa com tantos jornalistas, equipamentos e com a enorme torcida que o Corinthians possui", afirmou a professora Cecilia Helena Salles Oliveira, diretora do Museu do Ipiranga.
Assim, Adriano ficou sem festa em sua chegada ao novo clube.
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