De um lado, a estrela de Marcelinho Carioca. De outro, o estilo anônimo e operário, mas eficiente, do versátil Jéferson, 23 anos, o carregador de piano do Santo André, como prefere definir o técnico Fahel Júnior. “Ao assumir o comando, logo apostei no menino (na vitória sobre o Criciúma). É um garoto de muito potencial”, elogia o treinador, que talvez coloque Jéferson no banco para, quem sabe, mudar a história do confronto.

“O Jéferson tem a mesma capacidade como ala, meia ou até atacante”, analisa o técnico, que não pára de encher a bola de uma das peças mais discretas e promissoras do atual elenco.

Jéferson disse que os elogios o fortalece para a batalha decisiva contra o rebaixamento na temporada. “Se o professor (Fahel) me chamar de novo, vou lá para dar o melhor de mim. Creio que não decepcionei nas três vezes em que fui escalado”, acredita o polivalente canhoto, que já defendeu a equipe do Marília.

A mais recente façanha de Jéferson aconteceu na goleada sobre o Avaí, ao marcar um golaço – o primeiro do jogo. “Peguei a bola na intermediária e corri para cima da zaga deles. Driblei um, dois, três, sei lá... E arrisquei de longe, no fundo senti que dava. Vi a bola entrar no cantinho, só ouvi a torcida gritar”, lembra Jéferson.

Se há um detalhe que o deixava intrigado – nem seria diferente – era o esquecimento no elenco do Ramalhão. “Eu treinava... Aí é natural que a gente fique meio triste. Mas nunca desanimei,sabia que a minha hora iria chegar. Quem é que gosta da reserva? Eu menos ainda.Sempre fui um cara de muita luta, de encarar as batalhas”, afirmou.