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Famílias gastam mais com ensino privado na região
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
24/05/2010 | 07:43
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Quando recebeu promoção no trabalho, a securitária Edilene Ceschin Tome, 38 anos, colocou entre as prioridades carro, casa e TV novos, além de matricular os gêmeos Rafael e Victor no ensino privado. Preocupação maior com a formação das crianças, levando-as para os colégios particulares, será um dos motores para que o setor cresça 29,19% neste ano, ultrapassando a cifra de R$ 1 bilhão, aponta pesquisa da empresa IPC Marketing.

Este é o primeiro ano dos meninos, que estão cursando a 5ª série do Ensino Fundamental em Santo André. "Sempre planejei isso. A melhora na renda da família proporcionou esse investimento, pois a infraestrutura é muito diferente da escola pública", avalia Edilene.

Após duas provas para conseguir a bolsa, os irmãos alcançaram pontuação suficiente para obter abatimento de 48% na mensalidade cada um, que juntas totalizam R$ 520. Ela pontua que mesmo com muitos alunos por sala, têm mais profissionais disponíveis para ensinar as crianças.

Levantamento da IPC Marketing indica que, percentualmente, os moradores do Grande ABC terão gastos maiores com matrículas e mensalidades escolares em 2010 quando comparado à média estadual e nacional. Em São Paulo, a despesa nesta categoria será de R$ 14,5 bilhões, valor 23,04% maior em relação ao ano passado, enquanto no País, os pais vão desembolsar R$ 42,1 bilhões, que corresponde a incremento de 19,26%

As famílias de São Bernardo deverão aportar na educação dos filhos R$ 395,6 milhões, seguida por Santo André (R$ 334,3 milhões), São Caetano (R$ 121,5 milhões). O cenário mostra-se promissor, tanto que em Mauá, algumas escolas já investem na abertura de sua segunda unidade.

"Projetamos crescimento de 5% no número de alunos matriculados e de 8% no faturamento para este ano nos ensinos Fundamental e Médio", afirma Luiz Antonio Cação, mantenedor de escolas em Mauá. Segundo o educador, cresce o número de alunos provenientes da rede pública devido à ascensão na renda dos pais.

Entretanto, Cação observa que devido ao poder de compra maior, muitos pais não estão honrando com as mensalidades, visto que a inadimplência saltou de 5% para 21% no primeiro trimestre.

REFLEXO
As escolas particulares da região estão sentindo forte impacto do avanço da nova classe média, crê o diretor-presidente de uma rede de ensino que tem seis unidades no Grande ABC, Maurício Fraçon. Os concursos de bolsa fomentam acesso dos alunos desta camada da sociedade ao sistema de ensino privado.

"Pelo menos 30% dos 10 mil matriculados da rede vieram das escolas públicas. Há alguns anos essa fatia não alcançava 10%", detalha Fraçon. A rede mudou o sistema de avaliação para bolsistas, que agora valoriza mais a interpretação de texto.

A presidente da Aesp (Associação das Escolas Particulares do Grande ABC), Oswana Fameli, estima que o setor crescerá entre 5% e 12% neste ano. "A migração dos alunos da nova classe média vai gerar demanda importante", endossa Oswana Fameli.




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