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O melhor sabor da vida em Minas
Helder Lima
Enviado do Diário a Minas Gerais
28/08/2002 | 18:20
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Cultura, história e ecologia são vetores do turismo que se encontram em Minas Gerais, sobretudo se o viajante pega a estrada (ou o ar) com a curiosidade aguçada não só para garimpar lugares quase desconhecidos, mas para retirar das expressões regionais – na linguagem, na mesa e até na famosa cachaça – o retrato de um povo que tem a hospitalidade como sua característica essencial.

A mineiridade, ou o jeito mineiro de ser, pode ser percebida nas ruas estreitas de Diamantina, a 292 km de Belo Horizonte, pelo simples cafezinho que os comerciantes ofertam ao visitante. Ou ainda no restaurante Chero’s (0XX31 3715-1313), em Cordisburgo, cidade natal do escritor Guimarães Rosa, em que a proprietária Haydée Ferreira Viana literalmente forra a mesa com iguarias de uma terra de fartura e de gente que ainda aprecia as coisas simples da vida, como uma boa conversa, um pãozinho de queijo e o eterno casamento entre o queijo mineiro e o doce de leite.

Partindo de Belo Horizonte, a viagem fica mais e mais interessante em direção ao norte do Estado, já que o circuito mais conhecido das cidades históricas – como Ouro Preto e Mariana, entre outras – mostra sinais de decadência e desgaste, seja pela incompetência de suas administrações municipais em termos de preservação, seja pelo cinturão de pobreza, cujas casas construídas sem planejamento ameaçam descaracterizar a paisagem histórica e até roubar o título de patrimônio da humanidade, como é o risco latente hoje em Ouro Preto.

Minas atualmente interessa não pelos recantos consagrados da indústria do turismo, mas pelas paisagens insólitas, pelas possibilidades do ecoturismo e pelos lugares que são testemunhos vivos da mineiridade. Dificilmente o turista encontrará algo mais mineiro do que a pousada rural Recanto do Vale (0XX31 3271-0200), próxima de Diamantina, onde, o visitante poderá saborear uma canjiquinha – prato à base costela de porco e canjica – ou o autêntico feijão tropeiro. Isso sem contar a paisagem deslumbrante do Vale do Jequitinhonha, que convida para uma passeio a cavalo ou, pelos menos, de jipe.

Também nas redondezas de Diamantina, em meio às formações rochosas de quartzito que caracterizam a paisagem árida e poética do Jequitinhonha, o turista encontrará o Biribiri, um pequeno vilarejo em um deslumbrante vale, que outrora abrigou uma tecelagem e hoje é ponto de encontro de jovens de Diamantina e de alguns poucos turistas.

O jornalista viajou a convite da CVC




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