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Ramalhão multa atrasados
antecipa a concentração
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
16/03/2011 | 07:30
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Acabou a paciência no Santo André. À beira do abismo para a Série A-2 do Campeonato Paulista, o time sofre com problemas internos e, em busca de solução, os dirigentes prometem medidas enérgicas para pôr tudo nos eixos. Os recentes casos de atraso e falta de dois jogadores aos treinamentos fizeram a diretoria do Santo André estudar a implantação de medida mais radical para aumentar controle sobre os atletas: antecipar a concentração e multa salarial.

Nas duas últimas semanas, o atacante Rychely e o meia Allan alegaram perder o horário da atividade e, enquanto o primeiro chegou atrasado, o segundo sequer compareceu - em dias diferentes. Como punição, além de serem chamados para conversa com os dirigentes e com o técnico Sandro Gaúcho, foram multados em 20% do salário.

"A gente instituiu multas a eles, advertiu, e na próxima é rescisão de contrato. Ambos falharam, estão se responsabilizando pelos atos e prometeram que não vai (a situação) se repetir", afirmou o presidente Ronan Maria Pinto, que não vê falta de comprometimento dos atletas. "Entendo como fatos isolados e não considero como indisciplina, o que não significa que não vamos puni-los. Vamos ver como se comportam daqui para frente."

Segundo o diretor de futebol Juraci Catarino, os casos praticamente seguidos causam temor. "É preocupante. O (caso) do Rychely foi menor, mas também não deixa de ser uma falha. Já o Allan faltou a um treino na véspera de um jogo (contra o São Paulo) e não tinha outra solução a não ser punição. Devemos antecipar a concentração em um dia. Não é o ideal, mas são providências necessárias para que todos tenham foco total na competição e no momento que vivemos", afirmou o diretor de futebol Juraci Catarino.

A medida já deve ser implantada amanhã, antevéspera da partida contra o Oeste (sábado, pelo Campeonato Paulista) e tem total aprovação do técnico Sandro Gaúcho. "Estamos vivendo um momento delicado e todos os jogadores são importantes nessa hora. Todos têm que estar pensando e respeitando o Santo André. A diretoria e a comissão técnica estão atentas aos detalhes para que os casos não venham a se repetir. Acredito que não vai mais acontecer, porque todos estão cientes. Claro que cada caso é um caso, mas teremos medidas drásticas para quem não respeitar", concluiu o treinador.

 

Em campo, time vai da pressão do Paulista ao caldeirão em S.Luís

Pelo menos por algumas horas o Santo André vai deixar de lado toda a pressão pela penúltima colocação no Paulistão e a praticamente fadada queda à Série A-2 para se concentrar na Copa do Brasil. Porém, engana-se quem pensa que o Ramalhão terá vida fácil. Pelo contrário: visita o Sampaio Correa, às 21h, no Estádio Nhozinho Santos, em São Luís (Maranhão), e os 15 mil torcedores que devem empurrar o Tubarão.

De acordo com o técnico Sandro Gaúcho, não existe diferenciação entre os campeonatos e todo o grupo está ciente das dificuldades que encontrará no Maranhão. "As duas competições são prioridade. Estamos em situação delicada no Paulista e vamos usar a Copa do Brasil para analisar um ou outro jogador, mas sem deixarmos de estar fortes. Sabemos que é difícil jogar lá, vimos o jogo contra o Sport (o Sampaio eliminou o time pernambucano na primeira fase) e colocaram 15 mil pessoas no estádio. Então é pressão o tempo todo", disse o treinador. "Mas eles vão ter que se expor, até pela empolgação dos torcedores, e é aí que temos que aproveitar", emendou.

A expectativa no Santo André é em poder eliminar o jogo da volta. Para isso, porém, precisa vencer hoje por dois ou mais gols de diferença. "O objetivo é esse, mas temos que saber que o gol fora de casa também nos dá boas condições, como contra o Naviraiense", disse Gaúcho, lembrando do adversário da primeira fase. Na primeira partida, no Mato Grosso do Sul, o Ramalhão venceu por 2 a 1, e no jogo de volta, bateu por 1 a 0.

Pelo menos três jogadores que têm sido titulares serão poupados, casos do zagueiro Anderson, do lateral-direito Iran e do volante Magno, que sequer viajaram. Dessa forma, um dos atletas que ganham espaço é o polivalente Luciano Fonseca. Originalmente meia, foi contratado como atacante, mas tem atuado na ala direita. Ele, por sua vez, não reclama e se diz confortável na função. "Minha posição de origem é meia-atacante, mas em Portugal, na Grécia e no Vietnã eu fazia toda a lateral, indo e voltando, então estou adaptado."

Outrora preterido pelo técnico Pintado, ele entrou nos últimos dois jogos com Sandro Gaúcho e hoje será titular pela primeira vez. "Sou experiente e sei que faz parte. Eu não era opção do Pintado. Ele não disse, mas dava para perceber. Continuei trabalhando para quando surgisse a oportunidade e agora o Sandro (Gaúcho) está me dando a chance."

As outras novidades no time devem ser Altair Silva e Sandoval na zaga, Marcelo Godri adiantado à meia defensiva e Igor no ataque. A escalação de Célio Codó no comando ofensivo é dúvida

 

Ídolo, Célio Codó reencontra ex-equipe

Natural de Codó, cidade a cerca de 320 quilômetros de São Luís, o atacante Célio Codó reencontra hoje o clube que o revelou e que defendeu até o ano passado, quando no início de dezembro acertou com o Santo André. "Comecei lá e joguei por três anos. Se hoje estou aqui no Santo André devo ao Sampaio Correa", afirmou o jogador de 23 anos, que disse ter marcado "32 ou 33 gols" com a camisa Tricolor pelo Campeonato Maranhense e Brasileiros das Séries C e D.

Conhecedor do desafio que o Ramalhão terá pela frente, o atacante deu dicas ao técnico Sandro Gaúcho e aos companheiros do que irão encontrar. "Vai ser muito difícil para o Santo André. Em jogos de grande repercussão eles têm apoio da torcida, que lota o estádio. Temos que entrar ligados no início, marcar bem, mas não ficar só atrás."

Não bastasse toda a pressão que virá das arquibancadas, o Sampaio vem embalado. "Eles vão entrar motivados e confiantes. Tiraram o Sport na primeira fase e vão tentar fazer igual contra a gente", comentou. "No ano passado, os ajudei a classificarem para a Copa do Brasil. Agora quero ajudar o Santo André a sair com a classificação para as oitavas de final", emendou Codó, que tem um gol pelo Ramalhão.

Em fóruns da internet, torcedores do Sampaio planejam fazer homenagens e gritar o nome de Codó quando ele for a campo. "A torcida do Sampaio sempre teve carinho muito grande por mim desde minha chegada e pude contribuir na história deles. Se isso acontecer, será um dos momentos mais felizes da minha carreira", exaltou o jogador, que não sabe se terá a presença de sua família no estádio, mas deve contar com o apoio dos parentes da esposa.




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