Para alegria de fãs e consumidores, a Chrysler volta a respirar no Brasil. Por meio da Dodge e da Jeep, a montadora apresenta novas versões de modelos após a crise que quase pôs fim à sua existência dois anos atrás. Já bem conhecidos, chegam o Jeep Cherokee Limited e o Jeep Wrangler de quatro portas, além de duas inéditas configurações do crossover Dodge Journey - a SE e a R/T.

Sem dúvida, um dos mais aguardados é o Wrangler Unlimited Sport, já batizado de Bernardão 2. Com o entre-eixos ampliado em 51 mm e a bitola aumentada em 89 mm, o quatro portas melhora o espaço interno, o conforto e a acessibilidade em relação ao modelo já vendido no Brasil de duas portas - ambos são do mesmíssimo tamanho, apesar da impressão ao contrário.

Bernadão foi o apelido dado a uma versão alongada do jipe Willys produzido no Brasil. Agora, a mesma denominação cai bem no quatro-portas que, importado dos Estados Unidos, começa a chegar às concessionárias da marca. Não fosse a crise, esses modelos teriam chegado ao Brasil um ano atrás.

Parrudo, mas com materiais de fibra na opção de teto flexível - que pode ser removido manualmente -, o Wrangler Unlimited tem na vibração interna um dos pontos negativos - a montadora informa que, com novo isolamento acústico, conseguiu diminuir em 20% os ruídos em relação ao antigo modelo.

Num trajeto entre Brasília e Formosa (GO), o Wrangler mostrou que ainda é um jipe, ou seja, balança muito no asfalto, com a direção meio instável a partir dos 100 km/h.

Seus atributos estão numa série de equipamentos, que proporcionam conforto, além, é claro, do design marcante. Com posição alta de dirigir e bancos mais anatômicos, proporciona bom raio de visão. Só o preço não é dos mais agradáveis - o quatro-portas chega por R$ 129,9 mil, enquanto o duas-portas, vendido aqui desde 1997, continua por R$ 109 mil.

O motor a gasolina fala alto na condução do Wrangler. O V6 de 3,8 litros não é dos mais econômicos, mas que aventureiro está ligando para isso? Com 199 cv a 4.500 rpm, o Jeep tem força pra lá de suficiente. O propulsor é auxiliado por câmbio automático de quatro velocidades. O torque chega a 32,1 mkgf a 3.400 rpm.

O espaço para carga foi ampliado em duas polegadas de comprimento no porta-malas, o suficiente para proporcionar lugar para nova área de amarzenamento sob o assoalho, que pode acomodar pequenos objetos.

Faróis redondos, grade frontal, luzes indicadoras de direção redondas, dobradiças expostas e opção de capotas rígida ou flexível mantêm as características clássicas da marca.

O Unlimited Sport oferece série de itens de segurança, como freios ABS, air bags de múltiplos estágios (as bolsas inflam na velocidade adequada à severidade do impacto), travamento para assentos infantis, ESP (programa eletrônico de estabilidade), anticapotamento eletrônico, pré-tensionadores e barras de impacto lateral nas portas.

JOURNEY - Tanto externamente quanto por dentro, a Journey 2010 não mudou nada. É o mesmo crossover (mistura de SUV, minivan e sedã) que chegou ao Brasil dois anos atrás, no meio da crise que levantou dúvidas sobre a sobrevivência da Chrysler. A direção é a de um típico carro grande, vai melhor embalado. Em retas e subidas, dá um pouco de trabalho.

Aos poucos, a administração da montadora no País conseguiu convencer o mercado de que o modelo não teria a produção descontinuada no México, de onde é importado para o Brasil. O crossover sobreviveu aos tempos difíceis e agora oferece novas versões ao consumidor mais voltado ao perfil familiar.

Uma das principais novidades é a nova configuração de cinco lugares. A Chrysler tenta ampliar a venda do Journey com a opção mais despojada SE - oferecida por R$ 85,9 mil. O objetivo é fisgar novos clientes com pacote atrante de série. O SE traz freios a disco nas quatro rodas com ABS, ESP, sistema anticapotamento e BAS (assistência de frenagem assistida). Os assentos são revestidos de tecido, as rodas têm aro 16, há disqueteira para seis CDs compatível com MP3/DVD e sistema de áudio com seis alto-falantes.

A R/T é a versão mais equipada. Ela será oferecida por R$ 107,9 mil, enquanto a versão que já era vendida localmente mantém o preço de R$ 99,9 mil.

São detalhes, como assentos revestidos de couro e com sistema de aquecimento, maçanetas cromadas, rack de teto e rodas de alumínio aro 19 que encarecem a R/T, que conta com sistema de som mais potente e câmera traseira para auxílio de manobras de estacionamento.

Todos as três versões - SE, SXT e R/T - são equipadas com motor V6 de 2,7 litros que dispõe de 185 cavalos a 5.500 rpm. O torque é de 25,2 mkgf a 4.000 rpm. A velocidade final chega a 190 km/h, mesmo que rapidez não seja a principal preocupação quando se está transportando a família.

JEEP CHEROKEE LIMITED - Também começa a ser oferecida a versão Limited do Jeep Cherokee - até então disponível apenas na configuração Sport. O principal atrativo é o pacote de equipamentos, com destaque para o teto solar elétrico e assentos de couro.

Equipado com motor V6 de 3,7 litros, com 205 cv de potência a 5.200 rpm, o Limited também continua com transmissão automática de quatro velocidades. O torque é de 31,8 mkgf a 4.000 rpm. Entre os três lançamentos, foi o mais prazeroso de dirigir nas estradas que ligam Goiás ao Distrito Federal.

A nova versão conta com sistema de tração nas quatro rodas. O modelo foi projetado para atrair clientes que buscam a capacidade de 4x4 do Jeep, além de conforto e conveniência.

Seu público-alvo é formado por casais ou jovens famílias, além de pessoas solteiras na faixa dos 30 aos 40 anos.