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Anunciadas primeiras sentenças da 'Gangue Fardada de Alagoas'
Do Diário do Grande ABC
13/10/1999 | 16:50
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O juiz Hélder Loureiro, titular da 3ªVara Criminal de competência nao privativa do Fórum de Maceió, anunciou as primeiras sentenças contra integrantes da "Gangue Fardada de Alagoas", grupo criminoso formado por oficiais da Policia Militar e ex-integrantes da corporaçao que atuavam no roubo, receptaçao e desmanche de veículos nos estados de Alagoas e Pernambuco.

Os integrantes da gangue também sao acusados de crimes de pistolagem, assaltos a bancos e extorsao.

As primeiras sentenças, proferidas nesta terça-feira, atingiram os quatro mais temidos integrantes do grupo criminoso, o ex-tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, que era ligado ao ex-governador Divaldo Suruagy, acusado de liderar a gangue fardada, recebeu a maior pena, 26 anos e 4 meses em regime fechado.

Também foram condenados os dois irmaos de Manoel Cavalcante, major José Adelmo Cavalcante e o ex- soldado PM, Marcos Antônio Cavalcante, que foram condenados a 22 dois anos de prisao. A mesma pena, recebeu o ex-soldado Daniel da Silva Sobrinho.

O juiz Hélder Loureiro também está concluindo as sentenças de mais três acusados, o ex-tenente Ademar Calvacante, os mecânico Eufrásio Dantas Tenório, o "cutita", e Adeilton José dos Santos Oliveira. O anúncio das sentenças deve acontecer na próxima sexta-feira.

Ameaças - Depois de anunciar as sentenças contra os integrantes da gangue fardada, o juiz Hélder Loureiro resolveu pedir garantias de vida para ele e sua família ao governador Ronaldo Lessa e ao presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Orlando Manso.

O magistrado alega que nao está seguro e vem recebendo ameaças de morte. O magistrado nao descarta a possibilidade de pedir garantias de vida ao Ministro da Justiça, José Carlos Dias. "Eu e minha família estamos correndo risco de vida, principalmente, agora, que conclui o meu trabalho. Enfrentei um grupo muito poderoso, nao aceitei as pressoes e nao me deixei levar pelas ameaças que comecei a sofrer desde do inicio do processo, que graças a deus, depois de um ano e sete meses concluir com a certeza de feito justiça. Como em Alagoas ninguém está seguro, eu quero que o estado garanta a minha integridade física, bem como a da minha família. Vou pedir segurança ao governador e ao presidente do Tribunal de Justiça, mas também nao descarto a possibilidade de pedir garantias de vida ao Ministério da Justiça. Parafraseando o ex-presidente Fernando Collor: "espero nao ficar só", desabafou Hélder Loureiro.

Histórico - A gangue fardada começou a ser desbaratada em julho de 1997. Na época uma grande operaçao das policiais Federal, Civil e Militar resultou na prisao de 32 pessoas , a maioria militares e ex-militares da PM de Alagoas.

A operaçao também recuperou armas, muniçao, veículos roubados, documentos falsificados, que eram utilizados pela gangue para esquentar os veículos roubados. Mas, o maior golpe contra o grupo criminoso aconteceu em janeiro do ano passado, quando o comando da PM montou uma grande operaçao militar. Foram utilizados mais de 100 homens para cumprir 4 mandados de prisao contra o entao tenente-coronel Manoel Francisco Cavalcante, e seus três irmaos, Adelmo, Ademar e Marcos Cavalcante, que foram denunciados pelos outros integrantes da gangue fardada como os principais lideres da organizaçao que atuava no Estado desde 1996.




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