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Comissão que investiga acidente da TAM tem pouco poder, admite tenente-coronel
Do Diário OnLine
Com Agência Brasil
07/08/2007 | 18:30
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Em depoimento à CPI do Apagão Aéreo da Câmara, o tenente-coronel-aviador Fernando Silva Alves de Camargo reconheceu que há ‘fragilidades’ no trabalho da comissão, presidida por ele, que investiga o acidente com o avião da TAM.

Segundo Camargo, ao contrário de uma CPI ou de autoridades policiais, a comissão não tem o poder de requisitar a órgãos do próprio governo e à TAM documentos e informações necessários para as investigações, apenas faz uma solicitação, sem determinar prazos para o envio dos dados.

“Sei que essa comissão [a CPI] já tem gravações do controle de tráfego, eu ainda não tenho, ainda não os recebi. Ainda não tenho a documentação solicitada ao órgão regulador, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), eu ainda não tenho a totalidade dos documentos solicitados à Infraero”, contou Camargo, que é membro do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).

A TAM também não repassou todas as informações solicitadas, de acordo com o responsável pelas investigações. “Na verdade, a TAM já me forneceu alguns dos documentos, mas nem todos. É uma fragilidade da minha investigação. Eu posso solicitar à TAM, mas a partir do momento que ela demora para me entregar, eu não tenho um instrumento coercitivo”, explicou, ao informar que a investigação ainda está na fase de coleta de dados.

De acordo com Camargo, todos participantes da comissão se reuniram pela primeira vez na última quinta-feira, quando foram definidos os “ritos que serão seguidos”.

Segundo a Aeronáutica, as investigações sobre as causas do acidente devem durar cerca de dez meses. Camargo garantiu, no entanto, que até agora não há problemas no envio das informações solicitadas.

“Até o momento não posso afirmar que está havendo qualquer problema em me fornecer documento. Entendo que pelo volume de informações que nós solicitamos, a coleta, a produção de todas essas informações, é algo que realmente demanda tempo”.

O tenente-coronel-aviador explicou que essas informações serão cruzadas com os dados registrados pelas duas caixas-pretas do avião. Ele frisou que os elementos da investigação não devem ser analisados isoladamente. “Nós consideramos, portanto, prematuro emitir qualquer opinião, qualquer julgamento acerca de qualquer um desses dados que hoje estão isolados à espera de uma confrontação e de uma análise pormenorizada”.

Para Camargo, na fase atual de investigações, os dados registrados pelas caixas-pretas do avião podem ser comparados a uma fotografia. “Essa fotografia não pode ser vista e interpretada como uma fonte única de informação. Ela representa sim o que o computador de bordo leu naquele período, o que ficou gravado, isso não significa necessariamente uma correspondência com o que aconteceu, com o que efetivamente se deu naquele acidente”.

De acordo com o tenente-coronel-aviador, a investigação conduzida por ele não é punitiva, porque não tem o objetivo de apontar culpados ou responsáveis, mas sim de prevenir novos acidentes, com a emissão de recomendações de segurança de vôo. “O nosso objetivo está lá na frente”, afirmou.

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