Têm sido freqüentes os casos de violência contra autoridades de Guarulhos, com conotaçao política. O mais recente envolve o vereador Toninho Magalhaes, encontrado baleado na manha de sábado em seu carro, num bairro próximo do Aeroporto Internacional de Sao Paulo, em Cumbica. Em 1997, o secretário de Finanças Manoel Rezende da Silva foi assassinado quando ia investigar contratos de empresas realizados com a prefeitura.
Semelhanças - O deputado estadual Elói Pietá (PT) vem acompanhando os casos de desmando administrativo que envolvem os vereadores de Guarulhos e faz uma comparaçao com os fatos que estao sendo denunciados na capital. Para ele, há semelhanças uma vez que nos dois casos os vereadores exigiriam vantagens ilícitas em troca de apoio político. "Em Sao Paulo e em Guarulhos, o esquema é um tripé, no qual aparecem o prefeito e assessores próximos, a maioria da Câmara e empresas que prestavam serviços para a administraçao e pagavam propina, como as coletoras de lixo paulistanas", disse. "A diferença é que, em Guarulhos, o principal denunciante é o prefeito Jovino Cândido".
Segundo Pietá, como em Guarulhos nao existem as Administraçoes Regionais nem o PAS, objeto dos acordos entre os vereadores paulistanos, o esquema de propinas na cidade envolve secretarias e empresas que prestam serviços à prefeitura. "Lá, também há indícios de que os vereadores exigiam uma 'caixinha' mensal que chegava a R$ 50 mil, para apoiar o prefeito", disse o deputado. "A aprovaçao de projetos importantes, como o Orçamento, custariam até R$ 200 mil".
Pietá também vê semelhanças entre o caso que envolve o vereador Toninho Magalhaes, de Guarulhos, e o ambulante que denunciou a máfia dos fiscais em Sao Paulo. O caso de Magalhaes vai ser investigado pela polícia, que, por enquanto, nao definiu se é assassinato ou tentativa de suicídio. "Em Sao Paulo, o ambulante Afonso José da Silva também foi baleado depois de fazer denúncias", disse. "As ameaças sao um padrao comum quando se investigam esquemas de corrupçao".
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