Corinthians e São Paulo já se enfrentaram 303 vezes na história, mas poucas vezes se depararam com a curiosa situação de entrarem desprestigiados no clássico. Apesar de ocuparem posições distintas na tabela - o Alvinegro é o segundo com 28 pontos, enquanto o Tricolor é o 13º com 17 - , o moral das equipes anda abalado e o jogo de hoje às 18h30, no Pacaembu, pode significar a redenção. O Timão resiste na gordura acumulada no período pré-Copa e trabalha para contornar os efeitos que a ausência de Ronaldo causa. Já o Tricolor ainda sofre com a eliminação da Libertadores e tenta evitar que a insatisfação do atacante Dagoberto faça explodir a crise que ronda o Morumbi.

Pelo lado corintiano, Adílson Batista mais uma vez adota o mistério. A única certeza é a ausência de Dentinho, lesionado. "Também queria ter as informações do São Paulo todas mastigadas. Vamos fazer o (Sérgio) Baresi pensar um pouco", sugere o treinador.

Apesar do suspense, o Adílson deve escalar a mesma equipe que perdeu para o Avaí (3 a 2) na última rodada. As únicas novidades devem ser as presenças de Souza e Leandro Castan entre os reservas. "Pode ter alguma mudança. Sai um jogador, muda o esquema", despista o corintiano.

Sérgio Baresi não tem tanta preocupação de esconder a equipe. A única dúvida parece ser o aproveitamento ou não do atacante Fernandão, que sofreu lesão na coxa direita. O jogador foi submetido a exames e mostrou otimismo. "Estou me sentindo bem. Não participei de todos os treinos, mas vou conversar com o pessoal da comissão técnica e ver qual será a decisão. Por mim, estou dentro", garantiu o atacante.

Caso Fernandão não possa jogar, o treinador tem duas opções. "Treinei com o Richarlyson e com o Fernandinho. Se ele (Fernandão) não tiver condições, a dúvida fica entre o Richarlyson e o Fernandinho. O Richarlyson congestiona mais o meio, e o Fernandinho abre mais", explicou.

Em baixa, Dagoberto - que reclamou por não entrar no jogo contra o Cruzeiro - sequer foi relacionado, evidenciando que não há interesse do clube em contar com o jogador.

Iarley aposta no bom retrospecto em casa
O Corinthians põe em jogo no clássico de hoje os 100% de aproveitamento em casa - venceu os sete jogos que disputou como mandante -, além do tabu que dura desde 2007 sem derrotas para o São Paulo - foram nove partidas, com cinco vitórias e quatro empates.

Para manter o retrospecto, Iarley aposta no bom desempenho como mandante. "Adquirimos uma maneira de jogar dentro do Pacaembu que não dá para mudar. Isso nos deixou forte. Vamos aproveitar que estamos disputando o clássico em casa para buscar os três pontos e seguir na caça do líder", aconselha.

Sem Ronaldo, Iarley tenta se adaptar às características de homem de área. "Estou buscando posicionamento para ficar próximo a área. Não é fácil suprir essa necessidade, mas estou sempre a disposição", garante.  (Com Agências)

Em má fase, Miranda crê em recuperação
Coincidência ou não, desde que foi descartado pelo técnico Dunga para disputar a Copa do Mundo pela Seleção, o desempenho de Miranda despencou. O zagueiro justifica que suas atuações seguem o ritmo da equipe e descarta a hipótese de estar desmotivado.

"Jogo para a equipe. Quando o time não está bem, é normal que eu não tenha destaque. Cresço de acordo com o que o time produz", avalia.

Experiente, Miranda sabe lidar com as críticas. "É natural que a culpa recaia sobre os defensores e aqueles que estão mais tempo na casa. Estou absorvendo as críticas que são produtivas", afirma.

O zagueiro espera que o clássico de hoje possa ser o divisor de águas. "Tivemos semana cheia e esperamos dar a volta por cima. Chegou a hora de a equipe buscar a vitória", sugeriu. (Com Agências)