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Via Anchieta tem oito acidentes por dia
Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
17/01/2011 | 07:00
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O excesso de velocidade é o principal responsável por acidentes na Rodovia Anchieta. Segundo a concessionária Ecovias, em 2010 houve redução de 15% no número de ocorrências, mas a realidade é preocupante: os 2.983 acidentes, média de oito por dia, foram responsáveis pela morte de 39 pessoas durante o ano passado.

Somente no trecho de planalto foram registrados 1.836 acidentes no período, o que representa cinco ocorrências por dia, contra duas no trecho de serra, onde a velocidade máxima permitida é de 60 km/h. Neste trajeto houve redução de 24% no número de acidentes em um ano, passando de 847 para 640.

O diretor superintendente da Ecovias, Humberto Gomes, credita a redução à modernização da rodovia. "A Anchieta foi o foco de nossas ações, ganhou nova sinalização e barreiras de concreto, além de lombadas eletrônicas que limitam a velocidade", explicou.

Apesar do aumento de 12% no fluxo de caminhões na via, a inauguração do Rodoanel também trouxe pontos positivos, na opinião do diretor. "Conseguimos separar o fluxo de veículos. Hoje, 70% dos caminhões descem a serra pela Anchieta e 30% pela Imigrantes", destacou.

Segundo Gomes, isso ajuda a reduzir a gravidade dos acidentes em todo o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), já que colisões envolvendo veículos pesados tendem a ter mais vítimas. Em 2010, foram 5.515 carros de passeio envolvidos em acidentes, contra 2.706 caminhões. O número de veículos é maior que o de acidentes, pois numa mesma ocorrência vários podem estar envolvidos.

 

NÚMEROS

Em 2010, os choques com objetos físicos, como barreiras e muretas de contenção, lideraram o número de acidentes nas rodovias, com 2.028 ocorrências, seguidos das colisões traseiras (1.729) e colisões laterais (782). Somados a outros tipos de acidentes, totalizaram 6.645 ocorrências.

A imprudência é a maior vilã. "O excesso de velocidade somado à valentia de alguns motoristas é o maior responsável pelo número de acidentes", frisou Gomes.

A falha mecânica aparece em segundo lugar, principalmente no caso de caminhões. Conforme o diretor da Ecovias, a idade média da frota que trafega pelo Sistema Anchieta Imigrantes é de 15 anos. "Falta manutenção preventiva", afirmou.

Opinião semelhante tem o diretor do departamento de medicina do tráfego ocupacional da Abramet (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior. "Nossas pesquisas apontam que 93% dos acidentes são decorrentes de atitudes impensadas dos motoristas, principalmente os profissionais, que recebem cobranças das empresas por uma entrega mais rápida. Os outros 7% são causados principalmente por falha mecânica", enumerou. Fadiga e sono também são problemas em 60% das ocorrências, segundo o especialista.

Ocorrências registram queda de 6,6% no SAI, aponta Ecovias

O levantamento da Ecovias, concessionária que administra o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) registrou queda geral de 6,66% no número de acidentes em um ano. Foram 7.119 acidentes em 2009 contra 6.645 ocorrências no último ano.

O pior resultado ficou com a Cônego Domênico Rangoni, que apresentou um aumento de 28% no número de acidentes em 2010 em comparação com 2009. Segundo o diretor superintendente da Ecovias, Humberto Gomes, a razão para esse aumento são os gargalos existentes na região, especialmente no trevo de entroncamento entre a Anchieta e a Cônego. "O tráfego de caminhões cresceu consideravelmente em 2010 por conta do aumento das exportações e o trevo existente hoje não atende mais demanda. Isso, além de gerar lentidão na rodovia, favorece os acidentes", diz.

Embora a remodelação do trevo não faça parte do contrato da Ecovias, a concessionária realizou diversos estudos e já apresentou soluções ao governo do Estado, que precisam de investimento médio de cerca de R$ 150 milhões.




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