Centenas de manifestantes desafiaram ontem imponente dispositivo policial em Argel para tentar realizar seu terceiro protesto em um mês em favor de uma mudança de regime na Argélia, mas as forças de segurança bloquearam a passagem.

Os manifestantes, liderados pelo presidente da RCD (Assembleia pela Cultura e Democracia), Said Sadi, não puderam sequer reunir-se na Praça dos Mártires. Said Sadi foi cercado pelas forças de ordem antes de começar a manifestação. Outro deputado do RCD, Mohamed Khendek, foi retirado em uma ambulância.

As forças de segurança conseguiram afastar para o passeio marítimo os partidários do RCD que participavam da manifestação da CNCD (Coordenação Nacional pela Mudança e Democracia), movimento nascido há um mês, mas que já sofre divisões internas.

Em torno de 20 partidários do presidente Abdelaziz Buteflika também estavam presentes nas ruas da capital, com retrados do líder, gritando seu nome e com cartazes que diziam: "os argelinos são favoráveis a Buteflika". A polícia evitou confrontos.

A marcha previa sair da Praça dos Mártires em direção à Praça Primeiro de Maio, a quatro quilômetros, o mesmo percurso, mas em sentido contrário, das manifestações proibidas de 12 e 19 de fevereiro.

O protesto abortado ocorre depois do levantamento, na quinta-feira, do estado de exceção, decretado há 19 anos.