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Médicos desconhecem analgésicos
Do Diário do Grande ABC
28/03/1999 | 18:10
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O Brasil é um dos países onde mais se sofre com dor intensa, apesar da disponiblidade no mercado de pelo menos dez drogas potentes, de eficiência comprovada. A afirmaçao é do médico Antônio Carlos de Camargo Andrade Filho, chefe do Centro de Terapia da Dor e Medicina Paliativa do Hospital Amaral Carvalho, especializado no tratamento do câncer. No sábado especialistas de vários Estados participaram de um simpósio para discutir dor e uso de morfínicos em Jaú, no interior de Sao Paulo.

Os médicos querem que as autoridades flexibilizem as regras de uso da morfina e ajudem a levar mais informaçao sobre o assunto aos profissionais da área médica. Com isso devem ser beneficiados pacientes com dores crônicas, especialmente os cancerosos, diabéticos, queimados e grande acidentados.

De acordo com Camargo, o uso de drogas analgésicas no Brasil ainda é restrito por causa do desconhecimento médico e da interpretaçào inadequada da legislaçao do setor por farmacêuticos e autoridades sanitárias estaduais. Por desconhecer a prescriçao adequada e a forma de utilizaçao segura das drogas os profissionais, segundo Camargo, expoe seus pacientes a sofrimento desnecessário.

O Brasil, informam os especialistas, usa 100 quilos de morfínicos por ano, enquanto a Inglaterra, com 10 milhoes de habitantes a menos do que o Estado de Sao Paulo, usa 1.800 quilos; a Dinamarca chega a 2.500 quilos e Uruguai consome 250 quilos anualmente.

Por causa da baixa utilizaçao, a Fundaçao do Remédio Popular (FURP) do governo paulista interrompeu a produçao de drogas morfínicas destinadas a pacientes de baixo poder aquisitivo. Mas a pedido da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor anunciou sua disposiçao de voltar à produçao, desde que lhe sejam apresentadas planilhas com estimativas do consumo semestral.

Durante o simpósio foi apresentado o projeto do senador Osmar Dias (PSDB-PR), em tramitaçao pelo Congresso, que disciplina o uso dos morfínicos.




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