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Israel confirma que não negociará com governo do Hamas
Da AFP
20/03/2006 | 11:44
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Um dia depois da apresentação do governo do Hamas, Israel confirmou nesta segunda-feira a sua recusa em manter contatos com um governo palestino "terrorista" liderado pelo movimento islâmico.

"Os palestinos estão a partir de agora diante de uma escolha estratégica: devem optar entre o Hamas ou nós, os israelenses", declarou Raanan Gissin, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro interino Ehud Olmert.

O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, apresentou a Abbas no domingo à tarde o seu gabinete, de 24 ministros, com grande maioria de membros do Hamas e algumas figuras políticas consideradas "independentes".

Se Abbas aprovar o Executivo, este obterá, de fato, o apoio do Parlamento, onde o grupo radical conta com 74 dos 132 deputados, após a vitória incontestável nas eleições legislativas de 25 de janeiro.

Nenhum partido palestino aceitou se juntar ao governo do movimento radical, que se nega a reconhecer os acordos assinados pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina) com Israel e defende a destruição do Estado hebreu por meio da luta armada.

O Hamas figura atualmente na lista de "organizações terroristas" formulada por Estados Unidos, União Européia, Canadá e Japão.  

Israel se mostra decidido a impor todos os obstáculos possíveis ao gabinete de Haniyeh, que tem 14 seus membros vivendo na Cisjordânia e dez na Faixa de Gaza.

Ao que parece, o novo governo do Hamas manterá suas reuniões através de vídeo-conferências, já que Israel tem proíbe a passagem de uma parte para outra dos territórios palestinos por território israelense.

Para chegar à Cisjordânia, Haniyeh deverá ir a Rafah, passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito, e passar pela Jordânia.

No momento, Israel já congelou a transferência para os palestinos de US$ 50 milhões obtidos por meio de tarifas alfandegárias sobre os produtos que ingressam por seus portos com destino à Cisjordânia e à Faixa de Gaza.

Esses recursos representam quase um terço do orçamento da Autoridade Palestina, que atualmente corre o perigo de falir.

 




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