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Dinheiro de multas muda trânsito no interior
Do Diário do Grande ABC
23/05/1999 | 22:49
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A entrada da nova verba proveniente da arrecadaçao de multas, que tem de ser aplicada exclusivamente em trânsito, está trazendo vida nova ao tráfego de pequenos e médios municípios. "O único recurso que o setor tem é o de multas e, com ele, já conseguimos fazer muita coisa", conta, animada, a gerente da Divisao da Secretaria de Obras e Viaçao de Mogi-Guaçu, Beatriz Gardinale.

"Pudemos comprar seis semáforos, instalar um radar, pôr em funcionamento a Zona Azul eletrônica, fazer a sinalizaçao de todas as vias vicinais do município." Foi feito ainda um levantamento dos pontos críticos de acidentes para futuras campanhas.

"O mais importante é que estamos conseguindo baixar o número de acidentes e de vítimas", afirma o presidente do Fórum Paulista de Gerenciadores de Trânsito e Transportes, José Carlos Sacramone. Também secretário municipal de Transportes de Jundiaí, ele diz que em sua cidade já houve correçoes importantes no traçado das vias com dinheiro de multa.

A arrecadaçao deve chegar a R$ 270 mil este mês, com o funcionamento de 20 semáforos que registram infraçoes no semáforo vermelho. "Sao mais recursos para investir em educaçao fiscalizaçao, operaçao e engenharia."

Limeira está testando seus radares, mas arrecada R$ 55 mil ao mês com multas lavradas por seu próprio corpo de fiscais. "O infrator sempre reclama, mas o número de multas agora é três vezes menor do que quando a Polícia Militar era responsável", garante o secretário-adjunto de Segurança Municipal de Limeira, Enaldo Augusto Bahe.

Já foi feito o plano diretor de trânsito de Limeira. "Ele vai ser executado com dinheiro de multas", explica Sérgio Lordello Duarte, secretário-adjunto de Obras e Transporte.

Com uma frota de 1,5 mil veículos apenas, a cidade de Cesário Lange está longe de conseguir recursos para investir na melhoria do tráfego. "Nao tenho a menor intençao de colocar um radar, porque acho isso uma verdadeira indústria de multa", diz o diretor do Departamento Municipal de Trânsito e Obras Viárias, Camilo de Lelis Machado.

Ele vai continuar usando os três fiscais do município, responsáveis pelas 50 multas emitidas ao mês. Eles, às vezes, erram. "Recebi em Sao Paulo, onde moro, uma multa de Cesário Lange onde nunca estive em toda a minha vida", diz o engenheiro Shinji Yoshino.

A infraçao teria sido cometida no dia 7 de março, à 1h25. Motivo: parar a menos de cinco metros da rua transversal. "Nesse dia e horário estava na minha festa de aniversário." Yoshino recorreu e recebeu uma carta de Machado anulando a multa aplicada a um Gol preto. "Meu carro é um Escort prata." Segundo Machado, o caso do engenheiro "foi um dos dois únicos erros que ocorreram na cidade desde a municipalizaçao". Para ele, "pode ter sido uma placa dublê" que provocou o engano.




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