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Grupo armado resgata 14 presos da Polinter
Do Diário OnLine
29/10/2001 | 20:34
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Um grupo formado por cerca de 20 homens fortemente armados libertou, na madrugada desta segunda-feira, 14 presos da carceragem da Polinter, na zona Portuária do Rio de Janeiro. Os bandidos usaram fuzis, entre outras armas, além de coletes pretos à prova de bala e veículos roubados. A Polinter tem capacidade para cerca de 350 homens, mas tinha 1.129 sob custódia.

O presidiário Márcio Leandro Coutinho, que participou da operação, se entregou no início da noite desta sexta-feira, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. Segundo o depoimento de Coutinho à polícia, a intenção do grupo era resgatar um maior número de presos.

Após recontagem, a polícia divulgou que o número de fugitivos era 14, e não 25, conforme informado inicialmente. Um buraco que dava acesso a seis celas, onde estavam 380 homens, foi aberto com uma carreta. O grupo conseguiu abrir uma das celas, com 17 detentos, mas três deles decidiram permanecer na carceragem. De acordo com o titular da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que está investigando a fuga, delegado Marcos Reimão, esses detentos não esperavam o resgate.

De acordo com o subsecretário de Estado de Segurança Pública do Rio, coronel Lenine de Freitas, a ação foi frustrada pela polícia. Para ele, os criminosos tinham como objetivo resgatar detentos ligados ao traficante Fernandinho Beira-Mar, que recentemente foram transferidos para a Polinter. Segundo a polícia, o grupo procurava Marco Marinho dos Santos, o Chapolim; Reginaldo Ferreira de Oliveira, o Naldo; Luiz Carlos de Oliveira, o Charutinho; Alexsandro Monteiro Miranda Carneiro, o Alex, e Mário Vasconcelos de Souza Machado. Nenhum deles, porém, conseguiu fugir.

Chapolim foi quem executou os inimigos de Beira-Mar. Ele comandou uma sessão de tortura ocorrida no ano passado, quando Michel do Nascimento, 21 anos, teve orelhas, braços e pernas decepados e morreu.

Os policiais já sabiam que traficantes preparavam o resgate dos cinco criminosos. Um suposto integrante do grupo, conhecido como Robinho, foi detido há 15 dias com um plano de fuga. Para dificultar um possível resgate, os cinco foram colocados em celas diferentes.

Dois dos detentos resgatados são considerados de alta periculosidade. Aldair Duarte e Feliciano Nascimento foram presos por seqüestro e tráfico de drogas. Também foi resgatado o traficante colombiano conhecido como Papito, que fornece drogas às favelas do Rio.

Na ação, o grupo rendeu um motorista da Viação 1001. José Hamilton Leandro, que dirigia um ônibus vindo de São Paulo, foi obrigado a atravessar o veículo na avenida Rodrigues Alves, onde fica a Polinter, impedindo o trânsito. Depois, o canteiro central foi cruzado por duas carretas. Uma delas foi lançada de frente contra o muro da Polinter, que caiu. A outra chocou-se de marcha à ré contra a parede, na Praça Mauá. Homens em dois Vectras disparavam contra a sala de plantão da Polinter, do alto do viaduto da Perimetral.

Transferências - Em decorrência das fugas, a polícia transferiu da carceragem da Polinter 141 presos. A Casa de Custódia Pedro Melo, em Bangu, recebeu 25 detentos; outros 25 foram para Casa de Custódia Jorge Santana, também em Bangu; 50 foram para o Presídio Ari Franco; 40 para a Casa de Custódia Milton Dias Moreira; e um detento para Bangu 1.




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